Turismo acessível no Brasil: um estudo exploratório sobre as políticas públicas e o processo de inclusão das pessoas com deficiência

Autores

  • Donária Coelho Duarte Universidade de Brasília
  • Gilson Zehetmeyer Borda Universidade de Brasília
  • Danielle Gonzaga Moura Universidade de Brasília
  • Domingos Sávio Spezia Universidade de Brasília

DOI:

https://doi.org/10.7784/rbtur.v9i3.863

Palavras-chave:

Acessibilidade. Turismo. Política pública.

Resumo

Um dos maiores desafios da sociedade brasileira é o enfrentamento da questão da igualdade e da exclusão social. Estima-se que existam aproximadamente 45 milhões de pessoas com deficiência no Brasil (IBGE, 2010), muitas delas ainda impedidas de usufruir de atividades de lazer e de turismo devido às suas limitações físicas e à falta de adaptação do meio. O objetivo deste artigo consiste em verificar se as políticas públicas de turismo voltadas para pessoas com deficiência (PCD) têm conseguido atender as demandas por inclusão desse segmento, além disso visa obter a percepção dessas pessoas quanto ao processo de inclusão. O foco desse estudo, portanto, refere-se as pessoas que nasceram ou adquiriram algum tipo de limitação permanente, não sendo objeto desse levantamento pessoas que tiveram limitações físicas temporárias e/ou esporádicas ou ainda que possuam mobilidade reduzida. Em termos metodológicos, foi realizada uma pesquisa exploratória de caráter qualitativa por meio de entrevistas com roteiros semiestruturados. Participaram da pesquisa 9 gestores escolhidos entre representantes do Poder Público, de associações representativas do trade turístico privado e de associações de pessoas com deficiência. A partir das entrevistas com as organizações públicas, tendo em vista a diversidade das ações e suas características, foi proposta a classificação dos programas/ações de governo. Como resultados, a pesquisa aponta que o Poder Público tem atentado para a problemática e buscado criar e implementar políticas direcionadas a esse segmento. No entanto, as pessoas com deficiência consideram que o que tem sido feito não é suficiente para incluí-las, de fato, nas atividades turísticas e dizem que não estão sendo escutadas suficientemente. Todas as associações de deficientes mencionaram que as limitações/dificuldades do meio dificultam a realização do turismo. Percebeu-se ainda que a iniciativa privada não considera a pessoa com deficiência como público consumidor e que não são feitas pesquisas para conhecer o perfil e as necessidades desse segmento.  Tanto a iniciativa privada quanto as associações de PCD, demonstraram pouco conhecimento em relação à legislação e às políticas que envolvem o turismo para esse segmento. Concluiu-se que, de uma maneira geral, os grupos tendem a repassar parte de sua responsabilidade aos outros grupos: o Poder Público alega que não pode fazer tudo sozinho; já os empresários não parecem muito interessados e jogam a responsabilidade da falta de acessibilidade para o governo.

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Biografia do Autor

Donária Coelho Duarte, Universidade de Brasília

Possui graduação em Ciencias da Administração pela Universidade Federal de Santa Catarina (1995), mestrado em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina (1998) e doutorado em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina (2005) sobre turismo acessível. Atualmente é Professora Adjunta da Universidade de Brasília, lecionando no Mestrado do Centro de Excelência em Turismo (CET) e na graduação no Curso Gestão de Agronegócios UnB - Unidade Planaltina. Pesquisadora em Turismo e Sustentabilidade Social do LETS (Laboratório de Estudos em Turismo e Sustentabilidade - Centro de Desenvolvimento Sustentável/UnB). Sua linha de pesquisa inclui os temas turismo responsável e acessível.

Gilson Zehetmeyer Borda, Universidade de Brasília

Professor e pesquisador do Centro de Excelência em Turismo - Universidade de Brasília (UnB), Pesquisador em Turismo e Sustentabilidade Social do LETS (Laboratório de Estudos em Turismo e Sustentabilidade - Centro de Desenvolvimento Sustentável/UnB). Coordenador do Núcleo de Estudos em Turismo Responsável, Acessível e Sênior - Netras-All, responsável pela Linha de Pesquisa Turismo Responsável: Turismo Acessível e Turismo Sênior, Inclusão Social e Inserção Econômica; Mudanças Climáticas; Sustentabilidade e Turismo. Doutor em Sociologia Econômica pela Universidade de Brasília (Brasil).

Danielle Gonzaga Moura, Universidade de Brasília

Graduada em Administração pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FACE) da Universidade de Brasília (UnB). Funcionária da Agência Nacional de Águas (ANA) em Brasília. Trabalhou no Ministério do Turismo.

Domingos Sávio Spezia, Universidade de Brasília

Graduado em Administração e Mestre em Gestão Pública e Governo (Políticas Públicas), pela Universidade de Brasília UnB. Especialista (lato sensu) em Gestão da Educação Tecnológica (Technical Education Management), pela Oklahoma State University - Stillwater-Ok/USA. Especialista em Organização, Sistemas e Métodos pela Faculdade de Ciências Administrativas e Contábeis da UNA, Belo Horizonte - MG/Brasília-DF; Especialista em Análise de Sistemas pelo Instituto Brasileiro de Administração Municipal IBAM , no Rio de Janeiro; Especialista em Gestão da Qualidade Total, pela Fundação Christiano Ottoni FCO (Faculdade de Engenharia da UFMG/Universidade Federal de Minas Gerais); Membro do Conselho de Turismo do Governo do Distrito Federal GDF e membro do Conselho Deliberativo do CET (UnB).

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Publicado

2015-12-08

Como Citar

Duarte, D. C., Borda, G. Z., Moura, D. G., & Spezia, D. S. (2015). Turismo acessível no Brasil: um estudo exploratório sobre as políticas públicas e o processo de inclusão das pessoas com deficiência. Revista Brasileira De Pesquisa Em Turismo, 9(3), 537–553. https://doi.org/10.7784/rbtur.v9i3.863

Edição

Seção

Artigos