Editorial
DOI:
https://doi.org/10.7784/rbtur.v1i2.84Resumo
Entregamos o segundo número da Revista Brasileira de Pesquisa em Turismo- RBTur, inaugurada oficialmente com o primeiro número no dia 25 de agosto de 2007, que coincide com importantes datas no relacionamento das pessoas com as viagens e o turismo. Neste dia, em 1768, o Capitão James Cook, empreende sua primeira viagem transoceânica na sua nave Endeavour. No transporte terrestre, em 1910, funda-se a companhia Yellow Cab nos Estados Unidos. No ar, em 1919, inaugura-se a aviação comercial, quando um avião civil (Havilland) transporta passageiros de Londres a Paris. É uma data também importante para as mulheres aviadoras; em 1920 Adrienne Bolland será a primeira figura feminina a atravessar de avião o Canal da Mancha e, em 1932, Amélia Earhart realizará o primeiro vôo sem paradas através do território dos Estados Unidos. Finalmente, no espaço, no dia 25 de agosto de 1989, a sonda Voyager 2 chega a Netuno. Também para os novos paradigmas do turismo, como a preservação da natureza, a data é importante, pois marca a criação do Serviço de Parques Nacionais, nos Estados Unidos, em 1916, que servirá de modelo aos demais países do mundo. Precedida de tantas efemérides transcendentes, a nossa revista tem a responsabilidade de deixar para o futuro uma marca de qualidade acadêmica e inovação científica, que pretendemos cumprir apoiados nos excelentes pesquisadores que há no Brasil e nos países vizinhos, assim como aqueles consagrados no primeiro mundo que nos prestigiam com intercâmbios culturais há tantos anos. O primeiro número teve impressionante acolhida, tendo os editores recebido mails elogiosos de todo o país, assim como da Nova Zelândia, do México, da Espanha, da Argentina, entre outros, de cientistas provenientes das mais diversas áreas, refletindo o sucesso da nossa abordagem multidisciplinar sobre o turismo. Neste segundo número, apresentamos estudos inovadores referentes a aspectos simbólicos do turismo, assim como resultados de trabalhos que demonstram que o turismo pode estar a serviço das comunidades e não apenas do capital. O trabalho de Correia trata do desenvolvimento sustentável da comunidade de remanescentes de quilombolas de Monte Alegre, em Cachoeiro de Itapemirim, Espírito Santo. Revela como a intervenção da universidade, por meio da pesquisa, do ensino e da extensão, tem contribuído para o desenvolvimento da região, com especial ênfase para as atividades turísticas que despontam como uma das principais vocações do lugar. A pesquisa de Dartora e Gastal analisa a produção de discursos associados ao Turismo, pelos trabalhadores do setor hoteleiro da cidade de Caxias do Sul, utilizando conceitos e premissas da Psicologia Social, como ‘percepção’ e ‘atitude’, e as teorizações da Comunicação Social, sobre imaginários. Concluem as autoras que os entrevistados não consideram satisfatória a relação da cidade com a atividade turística, quando a mesma é comparada a outras localidades da mesma região. Gomes e Santos revelam que o estado de Minas Gerais foi precursor da política de articulação de agentes locais, por meio da Política de Circuitos Turísticos. A pesquisa realizada demonstrou que o referido projeto criou uma estrutura de governança, que reduziu a incerteza, o oportunismo e a possível perda de investimentos, reduzindo os custos de transação. Nakayama apresenta uma abordagem dentro dos novíssimos paradigmas dos deslocamentos humanos que demonstram a estreita relação entre migrações e turismo. A pesquisadora estuda a amenity migration, que pode ser traduzida como migração por diversão ou por prazer, fenômeno que, diferentemente das migrações forçadas por fome ou por guerras, é uma opção dos protagonistas, cujos efeitos no lugar se aproximam de forma muito estreita com os efeitos provocados pelo turismo. Yázigi analisa as comunidades indígenas que abriram suas portas para o turismo, apontando as falhas dos projetos em virtude da falta de domínio da área por parte destas comunidades. Considera o autor que as referidas comunidades devem aliar suas propostas com a definição de termos de manejo de parques nacionais para em seguida, pensar em sua adaptação às superfícies tribais e às conveniências do turista e, desta forma, preservar tanto a integridade da natureza quanto a da cultura. O número encerra com uma resenha realizada por Barretto sobre artigo científico de John Tribe, que, mesmo tendo sido escrito há dez anos, tem sido pouco difundido e contempla discussões fundamentais para compreender o turismo, propondo um novo modelo epistemológico a partir dos marcos teóricos da filosofia e a sociologia do conhecimento.
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