A categorização dos municípios turísticos como promotora de redes urbanas do turismo
das fragilidades à materialidade
DOI:
https://doi.org/10.7784/rbtur.v19.3067Palavras-chave:
Turismo, Rede urbana, Categorização dos municípios, BrasilResumo
O Programa de Regionalização do Turismo, instituído em 2004, busca gerenciar o turismo de forma regionalizada, contrastando com programas anteriores. No rastro desse programa, foi lançado, em 2013, a Categorização dos Municípios das Regiões Turísticas, que tem como objetivo observar e classificar, por meio de parâmetros específicos, os destinos turísticos brasileiros. Considerados frágeis, esses destinos foram classificados em uma escala que vai de A até E. Assim, este artigo analisa se essa política pública efetivamente criou redes urbanas do turismo, adotando uma abordagem geográfica crítica que leva em consideração a interdependência entre fixos (infraestruturas turísticas) e fluxos (movimentação de turistas), a partir dos elementos de circulação, consumo e distribuição. Os resultados indicam que, nas cidades definidas como A, considerando destinos turísticos consolidados, observa-se a formação de uma rede urbana de turismo que promove uma influência regional. No entanto, a categorização também reproduz desigualdades, concentrando recursos nas cidades onde o turismo já está programado e negligenciando, desde a categorização, as necessidades reais de muitas localidades. Espera-se que este artigo contribua para uma melhor compreensão da estruturação do turismo no território brasileiro e sugira a necessidade de políticas públicas mais alinhadas com as demandas reais do turismo, e não fundamentadas exclusivamente como um desdobramento das ações de reprodução capitalista.
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