Turismo acessível a pessoas com deficiência
um estudo bibliométrico
DOI:
https://doi.org/10.7784/rbtur.v18.2972Palavras-chave:
Turismo acessível, Pessoas com deficiências, Estudo Bibliométrico, Leis da Bibliometria, Revisão Integrativa da LiteraturaResumo
Este estudo objetiva sistematizar a produção científica nacional e internacional sobre turismo acessível a pessoas com deficiência. A metodologia, de cunho qualitativo, foi delineada por meio de Estudo Bibliométrico (EB) – composto pelas Leis de Lotka, de Bradford e de Zipf – e de Revisão Integrativa da Literatura (RIL). Analisaram-se publicações até 31 de dezembro de 2020, obtendo 162 artigos como corpus de análise. O embasamento teórico contempla as pessoas com deficiência no contexto do turismo acessível. Os resultados demonstram que o interesse acadêmico pelo tema é recente e pouco diversificado, porém, crescente. O EB revelou que o turismo acessível a pessoas com deficiência é uma área de conhecimento ainda em fase inicial de crescimento, pois a produção se encontra pulverizada em muitos periódicos, com diversos autores responsáveis por poucos artigos. Com a RIL, foi identificado que os estudos passam de uma perspectiva de recuperação, cura e reabilitação para uma perspectiva de inclusão, adaptação e participação, superando o modelo médico pelo modelo social da deficiência. Todavia, os estudos são homogêneos, não representando a heterogeneidade desse grupo social. Ademais, contribui com uma ampla e detalhada agenda de pesquisa que servirá para pesquisadores alicerçarem novos e empíricos estudos sobre o tema.
Downloads
Referências
Alvarado, R. U. (2002). A Lei de Lotka na bibliometria brasileira. Ciência da Informação, 31(2), 14–20. https://doi.org/10.1590/S0100-19652002000200002
Araújo, C. A. A. (2006). Bibliometria: evolução histórica e questões atuais. Em Questão, 12(1), 11-32. https://seer.ufrgs.br/index.php/EmQuestao/article/view/16
Barba, S. E. (2018). Diseño de una ruta turística accesible e inclusiva, para turistas potenciales y con discapaci-dad física leve de movilidad limitada, en el cantón Francisco de Orellana. (Bachelor Thesis, Universidad Central Del Ecuador, Carrera Turismo Ecológico, Quito, Ecuador). http://www.dspace.uce.edu.ec/handle/25000/15054
Barnes, C. (1991). Disabled people in Britain and discrimination. London, Hurst.
Baronio, G., Baronio G., Copeta A., Motyl B., & Uberti S. (2017). Gölem project: Concept and design of a trek-king/hiking wheelchair. Advances in Mechanical Engineering, 9(11). https://doi.org/10.1177%2F1687814017730541
Botelho, L. L. R.; Cunha, C. C. A; & Macedo, M. (2011). O método da revisão integrativa nos estudos organizacio-nais. Revista Eletrônica Gestão e Sociedade, 5(11), 121-136. https://doi.org/10.21171/ges.v5i11.1220
Burchardt, T. (2004). Capabilities and disability: The capabilities framework and the social model of disabi-lity. Disability & Society, 19(7), 735–751. https://doi.org/10.1080/0968759042000284213
Bureau of Transportation Statistics. (2018). Relatório Travel Patterns of American Adults with Disabilities. https://www.bts.gov/travel-patterns-with-disabilities
Darcy, S., Buhalis, D. (2011). Conceptualising disability. In D. Buhalis; S. Darcy (Eds.), Accessible tourism: Con-cepts and issues (pp. 21-42). Bristol: Channel View Publications.
Devile, E., & Kastenholz, E. (2018). Accessible tourism experiences: The voice of people with visual disabili-ties. Journal of Policy Research in Tourism, Leisure and Events, 10(3), 265–285. https://doi.org/10.1080/19407963.2018.1470183
Duarte, E. E.; & Sousa, M. (2013). Deficiência e equiparidade: um panorama da acessibilidade aos deficientes visuais no Corredor Cultural de Mossoró (RN). Revista Brasileira de Ecoturismo, 6(3), 612-629. https://doi.org/10.34024/rbecotur.2013.v6.6266
Gillovic, B., McIntosh, A., Darcy, S., & Cockburn-Wootten, C. (2018). Enabling the language of accessible tou-rism. Journal of Sustainable Tourism, 26(4), 615–630. https://doi.org/10.1080/09669582.2017.1377209
Gonda T. (2024). The importance of infrastructure in the development of accessible tourism. Journal of Infras-tructure, Policy and Development. 8(2), 2735. https://doi.org/10.24294/jipd.v8i2.2735
Hall, C. M. (2011). Publish and perish? Bibliometric analysis, journal ranking and the assessment of research quality in tourism. Tourism Management, 32(1), 16–27. https://doi.org/10.1016/j.tourman.2010.07.001
Suárez Henríquez, C., Ricoy Cano, A. J., Hernández Galán, J., & de la Fuente Robles, Y. M. (2022). The past, pre-sent, and future of accessible tourism research: A bibliometric analysis using the Scopus databa-se. Journal of Accessibility and Design for All, 12(1), 26–60. https://doi.org/10.17411/jacces.v12i1.350
Hernández-Sales, L. & Sánchez, J. A. L. (2023). Accessible Tourism: A Bibliometric Analysis from 2000 to 2021 International Journal of Sustainable Development and Planning, 18(7), 2159-2165. https://doi.org/10.18280/ijsdp.180719
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. (2023). Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Con-tínua – PNAD 2022: Pessoas com deficiências. https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv102013_informativo.pdf
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. (2019). Pessoas com deficiências e as desigualdades sociais no Brasil. https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/populacao/34889-pessoas-com-deficiencia-e-as-desigualdades-sociais-no-brasil.html?edicao=34891&t=sobre
Kanwal, S., Rasheed, M. I., Pitafi, A. H., Pitafi, A., & Ren, M. (2020). Road and transport infrastructure deve-lopment and community support for tourism: The role of perceived benefits, and community satisfac-tion. Tourism Management, 77(1), 104014. https://doi.org/10.1016/j.tourman.2019.104014
Lei 13.146 de 6 de julho de 2015 (2015). Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Esta-tuto da Pessoa com Deficiência). http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm
Lessa, R. M., Resende, L. F., Silva, P. T. da., & Minasi, S. M. (2018). Projeto de extensão Ludoteca do Turismo: a elaboração e aplicação de jogos lúdico-pedagógicos junto à escola da inclusão da UFPel. Applied Tou-rism, 3(1), 170-185. https://doi.org/10.14210/at.v3n1.p170-185
Lima, A. B. L., Melo, I. B. N., & Gimenes-Minasse, M. H. S. G. (2020). Acessibilidade do Parque Natural Municipal Victório Siquierolli (Uberlândia/MG) para visitação de pessoas com deficiências física, auditiva e visu-al. Caderno Virtual de Turismo, 19(3). https://doi.org/10.18472/cvt.19n3.2019.1574
Lyu, S. (2017). Which accessible travel products are people with disabilities willing to pay more? A choice expe-riment. Tourism Management, 59, 404-412. https://doi.org/10.1016/j.tourman.2016.09.002
Máté, A. (2021). The potential of accessible tourism in a local history museum (Hungarian). Tourism and Rural Development Studies (Hungarian), 6(1), 39–56. https://www.turisztikaitanulmanyok.hu/2021/04/09/mate-andrea-az-akadalymentes-turizmus-lehetosegei-egy-helytorteneti-muzeum-peldajan/
Mayordomo-Martínez, D., Sánchez-Aarnoutse, J. -C., Carrillo-de-Gea, J. M., García-Berná, J. A., Fernández-Alemán, J. L., & García-Mateos, G. (2019). Design and Development of a Mobile App for Accessible Beach Tou-rism Information for People with Disabilities. International Journal of Environmental Research and Pu-blic Health, 16(12), 2131. https://doi.org/10.3390/ijerph16122131
Mcintosh, A. J. (2020). The hidden side of travel: Epilepsy and tourism. Annals of Tourism Research, 81, 102856. https://doi.org/10.1016/j.annals.2019.102856
Mckercher, B., & Darcy, S. (2018). Re-conceptualizing barriers to travel by people with disabilities. Tourism Ma-nagement Perspectives, 26, 59–66. https://doi.org/10.1016/j.tmp.2018.01.003
Moura, A. F. A.; Kastenholz, E.; & Pereira, A. M. S. (2018). Accessible tourism and its benefits for coping with stress. Journal of Policy Research in Tourism, Leisure and Events, 10(3), 241–264. https://doi.org/10.1080/19407963.2017.1409750
Nonome, E. (2019). El neuroturismo y su relación con el turismo accesible como una propuesta para la ciudad de Lima [Tese de Doutorado, Universidade de San Martín de Porres]. https://repositorio.usmp.edu.pe/handle/20.500.12727/5294
Nyman, E.; Westin, K.; & Carson, D. (2018). Tourism destination choice sets for families with wheelchair-bound children. Tourism Recreation Research, 43(1), 26–38. https://doi.org/10.1080/02508281.2017.1362172
Oliver, M. (1990). The politics of disablement. Basingstoke, Macmillan and St Martin’s Press.
Oliver, M. (1996a). Understanding disability: From theory to practice (2nd ed.). Basingstoke: Palgrave Macmil-lan.
Oliver, M. (1996b). Defining impairment and disability: Issues at stake. In C. Barnes & G. Mercer (Eds.), Exploring the divide (p. 29-54). Leeds: Disability Press.
Organização das Nações Unidas – ONU. (2006). Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiências e Protocolo Facultativo. Nova York: ONU.
Organização Mundial da Saúde – OMS. (2014). Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF). http://www.inr.pt/uploads/docs/cif/CIF_port_%202004.pdf
Organização Mundial da Saúde – OMS. (2021). Deafness and hearing loss. https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/deafness-and-hearing-loss
Organização Mundial da Saúde – OMS. (2023). Key facts on disability. https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/disability-and-health
Organização Mundial do Turismo – OMT. (1980). Declaração de Manila. Madrid: OMT.
Organização Mundial de Turismo – OMT. (2016). World Tourism Day 2016: Tourism Leaders Committ To Advan-ce Universal Accessibility. https://www.unwto.org/archive/global/press-release/2016-09-28/world-tourism-day-2016-tourism-leaders-commit-advance-universal-accessibili
Organização Mundial do Turismo – OMT. (2020). Inclusive Recovery Guide – Sociocultural Impacts of Covid-19, Issue I: Persons with Disabilities. [s.l.] World Tourism Organization (UNWTO). https://doi.org/10.18111/9789284422296
Packer, T. L., Packer, T. L., Mckercher, B., & Yau, M. K. (2007). Understanding the complex interplay between tourism, disability and environmental contexts. Disability and Rehabilitation, 29(4), 281–292. https://doi.org/10.1080/09638280600756331
Pomeroy, C. (2021), “A tsunami of disability is coming as a result of ‘long COVID”. https://www.scientificamerican.com/article/a-tsunami-of-disability-is-coming-as-a-result-of-lsquo-long-covid-rsquo/
Quiao, G., Ding, L., Zhang, L., & Yan, H. (2022). Accessible tourism: a bibliometric review (2008–2020). Tourism Review, 77(3), 713-730. https://doi.org/10.1108/TR-12-2020-0619
Quevedo-Silva, F., Almeida Santos, E. B., Brandão, M. M., & Vils, L. (2016). Estudo Bibliométrico: Orientações sobre sua Aplicação. ReMark - Revista Brasileira De Marketing, 15(2), 246–262. https://doi.org/10.5585/remark.v15i2.3274
Rodrigues, I. M., & Valduga, V. (2021). Turismo acessível para pessoas com deficiências: a produção científica dos periódicos de turismo do Brasil. Revista Turismo em Análise, 32(1), 59-78. https://doi.org/10.11606/issn.1984-4867.v32i1p59-78
Rosa, M. P.; Pinto, P. C.; & Assunção, H. (2020). An Evaluation of the Universal Accessibility of Bus Stop Envi-ronments by Senior Tourists. International Journal of Sustainable Development and Planning, 15(6), 835-840. https://doi.org/10.18280/ijsdp.150606
Rucci, A. C., & Porto, N. (2022). Accessibility in tourist sites in Spain: Does it really matter when choosing a desti-nation?. European Journal of Tourism Research, 31, 3108. https://doi.org/10.54055/ejtr.v31i.2165
Santana-Santana, S., Peña-Alonso, C., & Espino, E. P. (2020). Assessing physical accessibility conditions to tou-rist attractions. The case of Maspalomas Costa Canaria urban area (Gran Canaria, Spain). Applied Geo-graphy, 125, 102327. https://doi.org/10.1016/j.apgeog.2020.102327
Semenova, Z.A., Chistobaev, A.I.. & Dildina, V.P.. (2020). A Geographic Approach to Measuring and Organising Affordable Medical and Therapeutic Tourism for People with Dementia. Quaestiones Geographicae, 39(4), 65-71. https://doi.org/10.2478/quageo-2020-0035
Silva, Y. F., & Boia,Y. I. (2003). Turismo e responsabilidade social – uma reflexão sobre os direitos das pessoas com necessidades especiais. Revista Turismo – Visão e Ação, 5(1), 53-65. https://periodicos.univali.br/index.php/rtva/article/view/1153
Silva, M. (2013). Acessibilidade em turismo: a acessibilidade dos surdos aos serviços turísticos de Goiânia – GO. Revista Turismo em Análise, 24(2), 354-373. https://doi.org/10.11606/issn.1984-4867.v24i2p354-373
Singh, R., Sibi, P. S., Yost, E., & Mann, D. S. (2021). Tourism and disability: a bibliometric review. Tourism Recre-ation Research, 48(5), 749–765. https://doi.org/10.1080/02508281.2021.1959768
Small, J., Darcy, S., & Packer, T. (2012). The embodied tourist experiences of people with vision impairment: Management implications beyond the visual gaze. Tourism Management, 33(4), 941–950. https://doi.org/10.1016/j.tourman.2011.09.015
Sudhier, K. G. (2014). Application of bradford’s law of scattering to the physics literature: a study of doctoral theses citations at the indian institute of science. DESIDOC Journal of Library & Information Technology, 30(2), 3–14. https://doi.org/10.14429/djlit.30.3
Tao, B. C., Goh, E., Huang, S. (Sam), & Moyle, B. (2019). Travel constraint perceptions of people with mobility disability: a study of Sichuan earthquake survivors. Tourism Recreation Research, 44(2), 203–216. https://doi.org/10.1080/02508281.2019.1589085
The World Bank. (2021). Inclusion of persons with disabilities is crucial for the sustainable development of Latin America and the Caribbean. https://www.worldbank.org/en/news/press-release/2021/12/02/la-inclusion-de-las-personas-con-discapacidad-clave-para-el-desarrollo-sostenible-de-america-latina-y-el-caribe
Thompson, D. F., & Walker, C. K. (2015). A Descriptive and Historical Review of Bibliometrics with Applications to Medical Sciences. Pharmacotherapy: The Journal of Human Pharmacology and Drug Therapy, 35(6), 551–559. https://doi.org/10.1002/phar.1586
Tite, G., Carrillo, D., & Ochoa, M. (2021). Turismo accesible: estudio bibliométrico. Turismo y Sociedad (28), 115-132. https://doi.org/10.18601/01207555.n28.06
Urbizagastegui, R. (2008). A produtividade dos autores sobre a Lei de Lotka. Ciência da Informação, 37(2), 87–102. https://doi.org/10.1590/S0100-19652008000200007
Vanti, N. A. P.. (2002). Da bibliometria à webometria: uma exploração conceitual dos mecanismos utilizados para medir o registro da informação e a difusão do conhecimento. Ciência Da Informação, 31(2), 369–379. https://doi.org/10.1590/S0100-19652002000200016
Whitemore, R., & Knafl, K. (2005). The integrative review: updated methodology. Journal of Advanced Nursing, Oxford, 52(5), 546-553. https://doi.org/10.1111/j.1365-2648.2005.03621.x
Załuska, U., Kwiatkowska-Ciotucha, D., & Grześkowiak, A. (2022). Travelling from Perspective of Persons with Disability: Results of an International Survey. International Journal of Environmental Research and Pu-blic Health, 19(17), 10575. https://doi.org/10.3390/ijerph191710575
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Igor Moraes Rodrigues, Vander Valduga

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Pública Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0) que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
b. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).