INCLUSÃO
SOCIAL, CIDADANIA E TURISMO –
UMA
INVESTIGAÇÃO SOBRE A EXISTÊNCIA DE SERVIÇOS ADAPTADOS ÀS PESSOAS COM
NECESSIDADES ESPECIAIS NOS MEIOS DE HOSPEDAGEM DA REGIÃO METROPOLITANA DE
CURITIBA
Social Inclusion,
citizenship and Tourism. A survey
on services suitable to handicapped people in hotels at
Elizabete Sayuri Kushano[1]
Wolney Gomes
Almeida[2]
RESUMO: O presente trabalho reflete sobre
a importância da inclusão social no Turismo, especialmente junto às pessoas com
necessidades especiais. Aborda o
conceito de inclusão social e o direito do exercício da cidadania. Como
procedimento metodológico utilizou-se de uma busca em todos os sites oficiais dos meios de hospedagem
da Região Metropolitana de Curitiba (RMC) com o intuito de verificar se em tais
há adequações (instalações, equipamentos, serviços etc.) para o hóspede com
necessidades especiais, bem como investiga (e/ou confirma), por meio de
entrevista por telefone, quantas unidades habitacionais adaptadas existem no
meio de hospedagem e qual(is) necessidade(s) especial(is) é (são) atendida(s).
Foram identificados 115 meios de hospedagem na RMC com site em funcionamento no
período da pesquisa. Desses, 25 informam ter unidades habitacionais adaptadas
(UHs), totalizando 37 UHs em toda a RMC.
Porém, todas são direcionadas para cadeirantes. Raros meios de hospedagem possuem informação
em braile e nenhum possui atendimento em língua de sinais. A inclusão social e
cidadania refletem em expor empresas socialmente responsáveis. Seja pelo
caráter da filosofia da própria empresa, ou mesmo para cumprir determinada
legislação, como também para assegurar uma boa imagem perante a sociedade, o
fato é que ter produtos e serviços que abarquem a inclusão de pessoas com necessidades
especiais está, felizmente, sendo menos incomum.
Palavras-chave: Turismo. Inclusão social. Pessoas
com necessidades especiais. Surdos.
ABSTRACT: The
objective of this job is to focus in the hospitality in a very specific
community, making a big emphasis in people with disabilities, finding the way
to service our community of the city the
Key words: Tourism. Social inclusion.
Handicapped. Deaf.
O que a
inclusão social inclui (e exclui)
O conceito de inclusão social, nas
palavras do presidente do Banco Mundial, Paul Wolfowitz, é trazer as pessoas
para uma sociedade da qual elas nunca fizeram parte até então. Segundo ele, a
meta da Instituição é de reduzir as disparidades através das fronteiras e
dentro dos países, integrarem cada vez mais pessoas à economia, promovendo
acesso eqüitativo aos benefícios do desenvolvimento, independentemente da
nacionalidade, raça ou gênero (BAVA, 2003).
O conceito de inclusão social nasce com
seu par antitético, o de exclusão social. Ambos tratam de múltiplos fenômenos
relacionados com a questão da pobreza. Ambos não possuem historicidade, assim
como os conceitos de qualidade de vida ou de desenvolvimento sustentável. O
conceito de exclusão social pretende ser mais abrangente que o conceito de
pobreza, ainda que o inclua. Mas para que servem?
Tanto exclusão social como
inclusão social não são conceitos analíticos. Estes são conceitos políticos,
que foram introduzidos por motivos políticos. O conceito original do qual
derivam estes outros é o da pobreza, que aparentemente foi considerado muito
carregado por políticos que desejavam invisibilizar este fenômeno de produção
da pobreza. Como os conceitos de exclusão social e inclusão social são
abrangentes e envolvem vários tipos de fenômenos, sua utilização acaba por
deslocar do centro do debate a questão da pobreza (BAVA, 2003, p. 12).
A utilização deste conceito de inclusão
social, pelo seu caráter mais abrangente, permite, por exemplo, a apresentação
de resultados positivos da ação dos governos e das agências multilaterais,
quando identifica a redução nas taxas de mortalidade infantil ou o aumento da
esperança de vida das pessoas como indicadores do progresso. É verdade que
estes indicadores têm melhorado em quase toda parte, até pelos avanços da
ciência médica e de medicamentos que não existiam no passado. O conceito de
inclusão social, no entanto, não fala de muitas coisas: do aumento da
desigualdade, oculta o fato de que enfrentar a questão da pobreza requer que
uma parcela da sociedade deixe de se apropriar do produto social como o faz
hoje, não identifica a pobreza como uma construção histórica, o produto de
políticas públicas, enfim, este conceito opera como o conceito de
desenvolvimento: é um ponto de chegada, um mito; se anuncia na contramão dos
processos sociais concretos.
O mito da inclusão social sustenta sua
legitimidade enquanto discurso ideológico pela implementação das políticas
compensatórias. Alimenta-se dos cases
de sucesso que são amplamente debatidos nos circuitos de formação de opinião.
Não importa quão pequeno seja o grupo de pessoas beneficiadas. Para isso
concorrem as premiações de experiências inovadoras em políticas públicas, a
promoção dos trabalhos sociais das ONGs, muito da produção universitária. Estas
experiências são articuladas por um discurso que as utiliza para comprovar a
viabilidade de suas propostas.
Tanto a discussão da exclusão social
como a da inclusão social se centram na dimensão dos indivíduos. Trata-se de
buscar a inclusão de indivíduos. Dissociadas das políticas macro-econômicas,
estas estratégias focalizam o indivíduo e propõem soluções individuais como
caminho da superação da pobreza. A dimensão do coletivo, da sociedade, das
políticas públicas, dos distintos interesses dos grupos e classes sociais, o
espaço público, a política, tudo isso é suprimido deste discurso.
O núcleo duro desta discussão,
portanto, é a questão das políticas públicas que geram a pobreza. É frente a
elas que se deve desenvolver o maior esforço analítico. Trata-se de buscar
associar as políticas macro-econômicas aos seus efeitos sociais perversos. Os
estudos do Banco Mundial, no entanto, tem partido de uma noção de pobreza que se
reduz à privação de renda e capacidade de consumo dos indivíduos e das
famílias, ainda que indicadores como esperança de vida, mortalidade infantil e
acesso à educação sejam também levados em conta.
E neste sentido uma noção mais
abrangente envolve ir além da questão econômica, como um elemento primordial
para a inclusão. Como diz Sassaki (1997,
p. 3), em seu conceito de inclusão social:
O processo pelo qual a sociedade
se adapta para poder incluir, em seus sistemas sociais gerais, pessoas com
necessidades especiais e, simultaneamente, estas se preparam para assumir seus
papéis na sociedade. A inclusão social constitui, então, um processo bilateral
no qual as pessoas, ainda excluídas, e a sociedade buscam, em parceria,
equacionar problemas, decidir sobre soluções e efetivar a equiparação de
oportunidade para todos.
Neste sentido, a inclusão social é
visualizada como sendo o processo mais aperfeiçoado da convivência de alguém,
tido como diferente, com os demais membros da sociedade, tidos como
supostamente iguais. A sociedade se prepara e se modifica para receber a diferença,
em todas as áreas do processo social (educação, saúde, trabalho, assistência
social, acessibilidade, lazer, esporte e cultura).
Necessidades
especiais x cidadania
Entender os aspectos sociais,
econômicos, culturais e políticos referentes à inclusão de pessoas com
necessidades especiais trata-se, nos dias atuais, de reconhecer a alteridade, a
diferença, dentro de um ambiente onde a cidadania é o elemento essencial para a
efetivação dos direitos e deveres dos membros de uma sociedade. Neste aspecto,
entende-se a inclusão social como cidadania, como participação na condição de
cidadão na sociedade com os mesmos direitos e deveres dos demais membros.
Em se tratando de uma sociedade
capitalista, a cidadania é compreendida pelos direitos civis (referentes à
liberdade individual), políticos (a participação no exercício do poder político
através da representação ou da participação) e sociais (compreendendo o
bem-estar do indivíduo, o direito à segurança, ao trabalho, ao lazer, à
educação, à saúde, entre outros) considerando ainda a ordem simbólica (crenças,
valores, significações socialmente estabelecidas e aceitas mediando o indivíduo
e o Estado).
Destacando que o modelo de cidadania varia de
uma sociedade para outra, esta vai refletir as condições econômicas, políticas,
sociais e culturais das sociedades em um determinado contexto. Daí o surgimento
do confronto entre os grupos sociais na busca por seus direitos (OGs, ONGs e
movimentos sociais).
Ao surgimento desses movimentos
sociais, acentuados após a II Guerra Mundial, que os portadores de deficiências
passam a ser reconhecidos também como sujeitos de direitos, principalmente com
o programa de Ação Mundial para deficientes proposto pela ONU (1982) quando
declara que o meio determina o efeito de uma deficiência ou de uma incapacidade
de uma pessoa quando esta é relegada à invalidez, quando lhe são negadas as
oportunidades, inclusive aos aspectos fundamentais como a vida familiar, a
educação, o trabalho, a habitação, a segurança econômica e pessoal, a participação
em grupos sociais e políticos, as atividades religiosas, os relacionamentos
afetivos e sexuais, o acesso às instalações públicas, à liberdade de
movimentação e o estilo geral da vida diária, incluindo nessa realidade o
acesso à comunicação. Surge assim o reconhecimento de que pessoas “deficientes”
sejam consideradas cidadãs possuidoras de direitos e obrigações, partícipes e
construtoras da sociedade[3].
No Brasil, as lutas dos diversos
movimentos sociais organizados em prol dos direitos das pessoas portadoras de
deficiência tiveram início há três décadas, e embora já tenham obtido avanços
significativos, ainda existem vários obstáculos que mantêm a exclusão desses
cidadãos no sentido de uma vida independente, auto-sustentada e plena. A própria
legislação brasileira até a década de 1980 mantinha um caráter assistencialista
e paternalista, em que os deficientes deviam adaptar-se ao meio onde vivia e
não o contrário. Atualmente a política nacional visa à integração, entendendo a
inclusão no sentido amplo, envolvendo as esferas culturais, socioeconômicas e
políticas (LAVALLE, 2003).
Em se tratando de definições a respeito
dos portadores de deficiência, observa-se que historicamente, quem desenvolve a
ação definidora são os grupos que detêm o poder. Por esta razão que resulta na
visão da sociedade sobre os deficientes, sem considerar a realidade e a visão
desses grupos.
Assim, as noções de saúde, doença,
normalidade e anormalidade, eficiência e deficiência, são construções
histórico-sociais, e a palavra deficiência definida pelo dicionário através da
falta ou carência tem uma conotação de incapacidade, e assim a expressão “portador
de deficiência” incorpora o mesmo sentido. Os portadores de deficiências acabam
sendo vítimas de estereótipos e discriminações por desviarem do padrão de
normalidade dos seres humanos.
Para destacar a possibilidade de inclusão dessas pessoas, Oliveira
(1999) adotou a escrita da palavra “deficiência” com uma alteração simbólica – dEficiência
– de forma a destacar a ambigüidade do termo. Em seu trabalho, a autora
procurou confirmar a hipótese de o “deficiente” poder ser eficiente,
concorrendo em iguais condições com pessoas “normais”, desde que consideradas
suas diferenças.
Para Santos (2003), o
universalismo que queremos hoje é aquele que tenha como ponto em comum a
dignidade humana. A partir daí, surgem muitas diferenças que devem ser
respeitadas. Temos direito de ser iguais quando a diferença nos inferioriza e
direito de ser diferentes quando a igualdade nos descaracteriza.
Percebe-se a inexistência de um consenso
sobre os termos utilizados para a identificação do deficiente visual (e também
do deficiente auditivo). Nem todos os indivíduos incluídos nessa categoria se
identificam com os termos “portador de deficiência visual, deficiente visual,
ou deficiente auditivo”. A expressão “surdo”, por exemplo, é como melhor os
próprios se identificam e identificam seus pares (SÁ, 2002).
Quando se trata da cidadania para as
pessoas com necessidades especiais, entende-se como complemento na idéia de
inclusão social as questões culturais, a inclusão formal-legal, a inclusão
socioeconômica (educação e formação profissional), o mercado de trabalho e a
inclusão política e civil.
A falta ou redução de um dos sentidos
não é e não pode ser o principal obstáculo para a inclusão dos portadores de
deficiência como cidadãos, plenos de direitos e deveres. Quando lhes forem
oferecidas às condições de aprendizado e os meios de desenvolver e aplicar suas
habilidades, haverá consequentemente as condições de participação na vida
social, econômica, cultural e política da sociedade.
Contudo, no contexto brasileiro, marcado
pela forte desigualdade social, os avanços obtidos pelos deficientes visuais,
nos últimos anos, permanecem cerceados pela máxima da inclusão para quem tem
mais condições (físicas, sociais e econômicas) e da exclusão para quem tem
menos, ou não tem essas condições.
Turismo e
acessibilidade
A Política Nacional para Integração da
Pessoa Portadora de Deficiência (PPD)[4]
conceitua:
Considera-se pessoa portadora de
deficiência aquela que apresenta, em caráter permanente, perdas ou
anormalidades de sua estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica,
que gerem incapacidade para o desempenho de atividade, dentro do padrão considerado
normal para o ser humano.
O turismo inclusivo visa oportunizar a
todas as pessoas a participação e acesso em atividades comuns e não em grupos
isolados (guetos). Nesse sentido, o Art.
2º do Código Mundial de Ética do Turismo diz que as atividades turísticas devem
respeitar a igualdade entre homens e mulheres, devem tender a promover os
direitos humanos e especialmente os direitos particulares de grupos,
especificamente, crianças, idosos, deficientes, minorias étnicas e os povos
autóctones.
Segundo os dados da Society for
Acessible Travel and Hospitality - SATH, nos Estados Unidos da América são 39
milhões de portadores de necessidades especiais, no Canadá 4,2 milhões, no
Brasil são 24 milhões (HENRIQUE; LIMA, 2004).
As
ofertas de produtos e serviços turísticos para pessoas com necessidades
especiais e mobilidade reduzida estão aumentando, inclusive no Brasil. Tal fato
pode ser observado em algumas companhias aéreas brasileiras que proporcionam
atendimento personalizado com equipes treinadas e orientadas para PPD. Cadeiras
de rodas especiais, cartilhas de emergência em braile, entre outras adaptações,
são encontradas. Porém, a falta de intérpretes em linguagem libras, a ausência
de sinalização em braile e a falta de informação adequada nos atrativos e
infra-estrutura de apoio turístico abalizam as barreiras comunicacionais. Há
que se observar, também, que os equipamentos turísticos não contemplam as
limitações físicas e psíquicas de PPD proporcionando total dependência (HENRIQUE;
LIMA, 2004).
O
Ministério do Turismo produziu o documento “Turismo e Acessibilidade”, a partir
do “Manual de Recepção e Acessibilidade de Pessoas com Deficiência a
Empreendimentos e Equipamentos Turísticos” publicado pela Embratur em 2001, bem
como de acordo com a legislação brasileira e Normas Técnicas – ABNT. Em tal
documento há muitas informações pertinentes, como as contidas no capítulo 6, que
cita uma série de orientações para bem atender as pessoas com deficiência
auditiva, visual, mental, dentre outras.
O Decreto nº 3.298, de 20/12/1999, publicado em 21/12/1999, que
regulamentou a Lei nº 7.853, de 24 de outubro de 1989, dispõe sobre a Política
Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência e consolida as
normas de proteção. Tais normas asseguram à pessoa portadora de deficiência o
pleno exercício de seus direitos, conforme o Art. 2º: à educação, à saúde, ao
trabalho, ao desporto, ao turismo, ao lazer, à previdência social, à
assistência social, ao transporte, à edificação pública, à habitação, à
cultura, ao amparo à infância e à maternidade, e de outros que decorrentes da
Constituição e das leis, propiciem seu bem-estar pessoal, social e econômico
(BRASIL, 1989).
Em
se tratando de grupos específicos, tais como os surdos, uma pesquisa revela que
entre os 5,7 milhões de brasileiros com deficiência auditiva, 176.067 são
incapazes de ouvir. “A comunidade surda continua lutando pelo exercício da
cidadania e de respeito à sua cultura e identidade frente ao oralismo”, comenta
Skilar (1998).
Uma
pesquisa realizada
Nesse sentido, instiga-se o trade turístico a ampliar além das
línguas estrangeiras sua forma eficiente de comunicação. Por que não aprender a
linguagem dos sinais?
No dia
02 de julho de 2007, iniciou-se
Além da importância ética, as empresas
responsáveis ganham em credibilidade e fortalecem sua imagem junto aos
consumidores. Como salientado na publicação “O que as Empresas podem fazer pela Inclusão das Pessoas com
Deficiência” do Instituo Ethos (2002, p.19):
As
empresas têm uma grande capacidade de influir na transformação da sociedade.
Mesmo as mudanças de caráter interno repercutem diretamente na vida dos
funcionários, suas famílias e na comunidade com a qual a empresa se relaciona.
Além
da motivação ética e da determinação legal, a empresa tem outro motivo
relevante para adotar uma política inclusiva em relação à pessoa com
deficiência: ela pode obter benefícios significativos com essa atitude. Um dos
ganhos mais importantes é o de imagem.
Metodologia e
resultados
Com o intuito
de investigar a quantidade de unidades hoteleiras adaptadas para pessoas com
necessidades especiais na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), procedeu-se
do seguinte modo: primeiramente, munidos com uma lista contendo a relação dos
meios de hospedagem da RMC, cadastrados no Ministério do Turismo. Tal lista foi
obtida no dia 16 de outubro de 2006 no site da Paraná Turismo – órgão oficial
de Turismo do Estado do Paraná. Em seguida, foram verificados todos os
empreendimentos hoteleiros que continham site
oficial
É sabido que o site eletrônico é um modo eficiente de marketing. Nele pode-se
fazer um “passeio” virtual pelos lugares. Em se tratando dos meios de
hospedagem, pode-se ter uma noção sobre as instalações dos apartamentos, das
salas de eventos, dos restaurantes, das áreas de lazer, bem como informar-se
sobre os serviços oferecidos e as tarifas praticadas.
Nome do meio de hospedagem e da cidade em que se localiza |
Quantidade de UHs adaptados |
Tipo de adaptações existentes |
AltaReggia
Plaza Hotel - Curitiba |
01 |
UH
adaptada para cadeirante. |
Blue Tree St Michel - |
02 |
UHs
adaptadas para cadeirantes e sistema braile no elevador. |
Bourbon Curitiba Hotel & Tower - |
01 |
UH
adaptada para cadeirante. |
Bourbon
Express Batel - Curitiba |
01 |
UH
adaptada para cadeirante. |
Crowne
Plaza Curitiba - Curitiba |
02 |
UHs adaptadas
para cadeirantes. |
Grand
Hotel Rayon - Curitiba |
02 |
UHs
adaptadas para cadeirantes e sistema braile no elevador. |
Granville Park Hotel -
Curitiba |
02 |
UHs
adaptadas para cadeirantes. |
Holiday Inn Batel -
Curitiba |
02 |
UHs
adaptadas para cadeirantes. |
Holiday Inn Express -
Curitiba |
02 |
UHs
adaptadas para cadeirantes. |
Hotel Brasília -
Curitiba |
01 |
UH
adaptada para cadeirante. |
Hotel Ibis Batel -
Curitiba |
02 |
UHs
adaptadas para cadeirantes e sistema braile no elevador |
Hotel Ibis Curitiba Centro Cívico - Curitiba |
01 |
UH
adaptada para cadeirante. |
Hotel Nikko -
Curitiba |
01 |
UH
adaptada para cadeirante. |
Hotel Paraná Suíte -
Curitiba |
02 |
UHs
adaptadas para cadeirantes. O único que descreve o que consta em seus
apartamentos para deficientes físicos: persianas e frigobar
adaptados, suítes conjugadas para pessoas acompanhadas de famílias, telefone
sem fio, ar condicionado com controle remoto, tomadas de computador e
internet, assoalho em carpete de madeira, grades de proteção ao lado das
camas. |
Lizon Curitiba Hotel -
Curitiba |
01 |
UH
adaptada para cadeirante. |
Mercure Curitiba
Batel - |
02 |
UHs
adaptadas para cadeirantes. |
Mercure Curitiba
Golden - |
01 |
UH
adaptada para cadeirante. |
Mercure Apt Sete de Setembro - Curitiba |
01 |
UH
adaptada para cadeirante. |
Pestana Curitiba Hotel -
Curitiba |
02 |
Braile
no elevador |
Slavieiro Executive Curitiba Hotel - Curitiba |
01 |
UH
adaptada para cadeirante. |
Slaviero Palace
Hotel - |
01 |
UH
adaptada para cadeirante. |
Slaviero
Rockefeller Hotel - |
01 |
UH
adaptada para cadeirante. |
Holiday Inn Express - São José dos Pinhais |
02 |
UHs
adaptadas para cadeirantes. |
Hotel Exclusivo - São José dos Pinhais |
01 |
UH
adaptada para cadeirante. |
Ibis Curitiba Aeroporto - São José dos Pinhais |
02 |
UHs
adaptadas para cadeirantes. |
Quadro
1 - Meios de hospedagem que indicaram ter apartamentos adaptados para pessoas
com necessidades especiais.
Dos 111 meios de hospedagem, possuem unidades
habitacionais (UHs) adaptadas, conforme indicado em seus respectivos sites e apresentados no quadro 1.
No total foram identificados 25 meios de hospedagem, sendo 22
localizados no centro da cidade de Curitiba e 3
Todos os meios de hospedagem identificados estão localizados em áreas
centrais ou de trânsito, têm características de hotéis executivos, muitos com
áreas de eventos e bussines center.
Não foi identificado nenhum meio de hospedagem de lazer que possua adaptações.
A grande maioria dos meios de hospedagem é de categoria superior.
Apenas o Hotel Brasília, na categoria super-econômico possui apartamento
adaptado. Na categoria econômica, apenas os Hotéis Ibis da Rede Accor.
Todos os meios de hospedagem que
informaram ter apartamentos adaptados para pessoas com necessidades especiais
(na maioria dos sites utilizam as
expressões “portadores” ou “deficientes”) são direcionados para cadeirantes.
Sendo que alguns desses apartamentos são preferenciais também para os idosos.
Não há nenhum serviço ou
adaptação especial para os surdos. Para os cegos há alguns que têm sistema
braile nos elevadores, mas tais não divulgam nos seus sites oficiais essa
informação.
Os preços cobrados nas unidades adaptadas
são os mesmos das consideradas padrão.
Considerações finais
Falar
de inclusão social e cidadania reflete em falarmos de empresas socialmente
responsáveis. Seja pelo caráter da filosofia da própria empresa, ou mesmo para
cumprir determinada legislação, como também para assegurar uma boa imagem
perante a sociedade, o fato é que ter produtos e serviços que abarquem a
inclusão de pessoas com necessidades especiais está, felizmente, sendo menos
incomum.
Porém,
pode-se observar que os meios de hospedagem da Região Metropolitana que dizem
ter apartamentos para portadores de necessidades especiais ou deficientes
físicos, são 100% direcionados para os indivíduos com dificuldades de
locomoção, geralmente usuários de cadeiras de rodas. Em alguns estabelecimentos,
tem-se atentado para os cegos, fato demonstrado pela inclusão de leitura em
braile nos elevadores. No entanto, tal ação ainda é incipiente, haja visto que
muitas outras informações também poderiam estar em braile, como por exemplo, o
cardápio no café da manhã, as normas do estabelecimento, entre outros.
Para
os surdos o processo inclusivo tem sido ainda mais lento, sendo muito raro
encontrar algum profissional capacitado para comunicação em linguagem de
sinais.
O
turismo acessível para todos ainda não é uma realidade. Cases de sucesso tem aumentado, demonstrando a necessidade do setor
em se desenvolver e se qualificar para atender demandas específicas. Senão, do
que adianta projetos e investimentos grandiosos no turismo, se ele ainda
continuar elitizado e arcaico no que se refere à inclusão social e cidadania?
Referências
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Social Mundial: uma
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Cidadania, São Paulo: FGV, 2003.
BELOTUR. Turismo inclusivo: Belotur
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n. 7853 de 24 de Outubro de 1989. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7853.htm>.
Acesso em: 05 de junho de 2007.
HENRIQUE, Humberto de Lima; LIMA, Iane Sampaio Moreira.
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deficiência ou com mobilidade reduzida.
In: BAHL, Miguel (Org.). Turismo
com responsabilidade social. Congresso Brasileiro de Turismo. São Paulo:
Roca, 2004.
INSTITUTO ETHOS. O que as empresas podem fazer para a
Inclusão das Pessoas com Deficiência. São Paulo, maio de 2002. Disponível
em: < http://www.uniethos.org.br>.
Acesso em: 04 de junho de 2007.
LAVALLE,
Adrián Gurza. Cidadania,
igualdade e diferença. Lua
Nova, n. 59, p.75-93, 2003.
ONU. Programa de
ação mundial para as pessoas com deficiência – Resolução 37/52 de 03 de
dezembro de 1982 - Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas – ONU.
ROMANI, Graziela; MOREIRA, Jasmine Cardozo. Integração
social: surdos, profissionais de turismo e aprendizado da língua de sinais. In:
BAHL, Miguel (Org.). Turismo com
responsabilidade social. Congresso Brasileiro de Turismo. São Paulo: Roca,
2004.
SÁ, Nidia Regina Limeira de. Cultura, poder e educação de surdos. Manaus: EDUA, 2002.
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SASSAKI, Romeu Kazumi. Inclusão: Construindo uma sociedade para todos. Rio de Janeiro:
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SKILAR, C. (org.). A
surdez: um olhar sobre as diferenças. Porto Alegre: Mediações, 1999.
Bibliografia
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Turísticos. Disponível em: < http://www.pr.gov.br/turismo/empresas.shtml?profissionais>.
Acesso em: 05 de maio de 2007.
Recebido em setembro de 2008.
Aprovado em novembro de 2008.
[1] Bacharel em Turismo pela Universidade Federal do
Paraná. Especialista em Turismo e Meio Ambiente pela Faculdade Estadual de
Ciências e Letras de Campo Mourão. Mestranda em Cultura e Turismo pela
Universidade Estadual de Santa Cruz. Bolsista CAPES. E-mail:xsayurix@gmail.com
[2] Bacharel
[3] Ver Direitos contidos na
Declaração de Direitos das Pessoas Deficientes, proclamada pela ONU em 1975.
[4] Decreto 914, 06/09/1993, artigo 3º (http://www.camara.gov.br/internet/infdoc/Publicacoes/html/pdf/LegPortDefinal.pdf)