FATORES DE INFLUÊNCIA NO INTERESSE EMPREENDEDOR:
UMA ANÁLISE JUNTO A ESTUDANTES DE TURISMO
INFLUENCING FACTORS TO BE INTERESTED IN ENTREPRENEURIAL ACTIVITIES: AN
ANALYSIS WITH TOURISM STUDENTS
Francisco José da Costa[1]
Resumo: O
propósito desta pesquisa foi analisar o interesse empreendedor de estudantes de
cursos da área de Turismo. Foi procedida uma revisão de literatura, a partir da
qual quatro hipóteses sobre os condicionantes do interesse empreendedor foram
enunciadas. Foi desenvolvido um estudo de campo, com dados coletados junto a 149
estudantes de instituições de ensino superior de Fortaleza. Os dados foram
avaliados por meio de análise descritiva e das técnicas análise de regressão, e
de variância. Verificou-se que: (1) os estudantes, em geral, têm uma
predisposição intermediária para empreender; (2) o interesse empreendedor é
influenciado pela vocação empreendedora percebida na área, pelo suporte de
amigos e familiares, pela posse de empresa na família, e pela percepção de
domínio das habilidades empreendedoras de nível estratégico. Os resultados
foram limitados pela amostragem não probabilística, mas trazem indicações para
a melhoria das ações de incentivo ao empreendedorismo realizadas para
estudantes de cursos da área de Turismo.
Palavras-chave: Empreendedorismo. Interesse empreendedor. Estudantes de
Turismo.
Abstract: This research intends to analyze the interest students
attending Tourism Programmes have in entrepreneurial activities. A
bibliographical research was conducted and four hypotheses were announced. Data
were collected during a field study with 149 students of higher education
institutions located at
Key words: Entrepreneurship. Entrepreneurial interest. Tourism
students.
Introdução
A formação profissional nos cursos superiores das
mais diversas áreas teve, nos últimos 15 anos, fortes modificações, por
influência, entre outros motivos, da alternativa do empreendedorismo para os
futuros profissionais. Vários cursos das áreas de Ciências Sociais Aplicadas
(como Administração, Contabilidade e Turismo) e das áreas de Tecnologia da Informação
(como Ciência da Computação, Sistemas de Informação, Engenharia de Software),
passaram a contar com uma disciplina diretamente associada ao empreendedorismo,
e com orientação para a construção dos requisitos necessários à iniciativa de
abertura de novos negócios.
O modelo de formação com ênfase no empreendedorismo
pareceu uma interessante opção para os cursos, uma vez que possibilita aliar o
conhecimento teórico adquirido nos cursos com a exploração de oportunidades de
mercado, formando um profissional orientado para além da cultura do emprego
(CHIAVENATO, 2006).
A crença central é de que a orientação dada ao
empreendedorismo pelas instituições (por meio de disciplinas específicas, por
projetos como empresas juniores ou incubadoras, por exemplo) tem um potencial
(teórico) de orientar os profissionais para empreender na medida em que
viabilizam a vivência das experiências necessárias aos futuros empresários. Por
outro lado, os estudos exploratórios realizados para esta pesquisa não
indicaram os resultados efetivos desta orientação e destas ações.
Acredita-se que as ações destas instituições tenham
um impacto principalmente na construção de habilidades empreendedoras, tanto de
natureza estratégica (como visão de novos negócios, captação de oportunidades...),
quanto operacionais (para o gerenciamento do dia-a-dia do negócio). Por outro
lado, aqui parte-se do pressuposto de que o atendimento aos requisitos de
habilidades, a despeito de sua relevância para o sucesso dos negócios, tem
potencial limitado na construção do interesse em empreender de futuros
profissionais. Aspectos como o ambiente nacional (BEGLEY; TAN, 2001), as relações
sociais (GREVE; SALAFF, 2003), e o condicionamento familiar (MILLER, 2000),
dentre outros, são exemplos de condicionamentos que as instituições de formação
têm um limitado poder de influência.
Considerando estas possibilidades, definiram-se
como tópicos de análise neste estudo a ‘orientação percebida’ da área de
formação para o empreendedorismo, os condicionantes sociais de ‘suporte’ (de
família e de amigos), e o ‘domínio’ dos requisitos empreendedores. Nestes
termos, foi definido como problema central desta pesquisa o seguinte: como
estes fatores (orientação, suporte e domínio) influenciam o interesse
empreendedor de estudantes de cursos de formação superior?
A proposição deste estudo é dirigida inicialmente
aos estudantes, uma vez que estes serão os futuros profissionais das áreas nas
quais estão se formando. Dada a dificuldade de abranger as diversas áreas de
formação existentes, este trabalho manteve foco em estudantes de cursos da área
de Turismo.
A principal
justificativa para esta escolha decorre do fato deste curso ser, em uma análise
a priori, bastante orientado para o
empreendedorismo, especialmente em função do potencial que as habilidades
técnicas desenvolvidas neste oferece. Adicionalmente, o setor de Turismo
constitui um dos setores que mais geram oportunidades empreendedoras, em razão
da diversidade de campos de atuação possíveis para os profissionais da área. As
alternativas de negócios em agências de Turismo, escritórios de assessoria e
consultoria para o setor público, empresas de eventos, empreendimentos da área
de hotelaria e alimentação, dentre outros, são ilustrativos destas
possibilidades (GORINI; MENDES, 2005; BENI, 2007).
Conforme defende Ansarah
(2001), a formação profissional em Turismo deve orientar-se para a formação de
capacidade criativa e pela capacidade de usar e inserir inovações no setor. A
visão da autora reforça a importância de uma visão inovadora para os cursos de
Turismo, o que se alcança a partir de uma orientação mais empreendedora de
profissionais atuais e futuros.
Esta realidade realça a grande relevância e
utilidade que o espírito empreendedor tem para a área de Turismo, e justifica a
incorporação de disciplinas de empreendedorismo nas grades curriculares de
muitos cursos superiores da área.
Nestes termos, o objetivo geral da pesquisa ficou
assim definido: analisar, no contexto de cursos de Turismo, os fatores de
influência no interesse empreendedor dos estudantes. Os objetivos específicos
foram: compreender a forma de influência específica de cada um dos fatores
selecionados sobre o interesse empreendedor dos estudantes; e avaliar as
variações destes fatores considerando cada curso e as variáveis
sócio-econômicas dos estudantes.
Para responder a
questão de pesquisa colocada e atender aos objetivos definidos, o restante do
trabalho foi dividido em quatro partes: a parte seguinte traz a revisão de
literatura, com ênfase nos tópicos definidos para a pesquisa; na terceira
parte, apresentam-se as decisões e os procedimentos metodológicos adotados no
trabalho de campo desenvolvido; a quarta parte traz os resultados e as análises
dos dados coletados em campo; por último, são tecidas as considerações finais
do estudo, com a discussão dos resultados, e algumas limitações e recomendações
para futuras pesquisas.
1 Revisão teórica
A atividade empreendedora pode ser entendida como a
capacidade do ser humano em moldar as condições ambientais em seu favor, através
de um processo visionário de criação da realidade. Segundo Murphy, Liao e
Welsch (2006), o incremento da atividade empreendedora é um dos responsáveis
pelo aumento de renda per capita no ocidente, especialmente a partir do século XIX[2].
A delimitação do campo de estudo do
empreendedorismo pode ser atribuída ao trabalho seminal de Schumpeter (1934).
Em seu texto, o autor faz uma distinção entre proprietário e empresário, sendo
este último associado à idéia de empreendedor, ou seja, a pessoa que inicia um
novo negócio. Schumpeter (1934) trabalha com o conceito de destruição criativa,
na qual novas práticas substituem outras, as quais se tornam obsoletas. A
partir deste entendimento, o autor aponta algumas formas de inovação, como o
desenvolvimento de novos produtos, novas formas de organização da produção
(incluindo a utilização de novas matérias-primas), e inovações na
comercialização e distribuição (as quais incluem acesso a novos mercados). Tais
formas de inovação constituem-se, em sua totalidade, as possibilidades de
alteração do padrão produtivo.
Sob esta perspectiva, o empreendedorismo se daria a
partir de alterações no mercado, através das oportunidades de inovação geradas
pelas disfunções do sistema produtivo. A perspectiva de Schumpeter constitui o
que ficou reconhecido como corrente economicista do pensamento empreendedor
(SOUZA; GUIMARÃES, 2005).
Todavia, diversos outros autores voltaram-se para a
análise da relação entre as características pessoais e a atividade
empreendedora, o que convencionalmente ficou entendido como a corrente
comportamental. O pressuposto desta corrente é de que as pessoas buscam sua
realização pessoal, e têm na iniciativa empreendedora um caminho para este
objetivo (SOUZA; GUIMARÃES, 2005).
As duas perspectivas (economicista e
comportamental) estão centradas na personificação do empreendedor, podendo ser
entendidas em um modelo comum pelo sentido da complementaridade, pois, cabe ao
empreendedor, condicionado por características especificas (base
comportamental), buscar a identificação de oportunidades de mercado e propor
ofertas inovadoras para aproveitar estas oportunidades (base economicista).
Apesar da forte referência nestas duas correntes,
estudos mais recentes acerca do empreendedorismo têm sua atenção dirigida ao contexto
social, como a influência de agentes sociais próximos ao empreendedor (como
amigos e família), e ambiental (como as normas nacionais), ou o contexto geral
de convivência cotidiana do empreendedor (ambiente profissional, área de
formação...).
Pode-se entender que estas perspectivas convergem
no objetivo de compreender mais adequadamente o processo empreendedor, como
forma de identificação e compreensão dos fatores de influência no interesse
empreendedor, e na atividade empreendedora
1.1 Tópicos da pesquisa
A iniciativa empreendedora tem sido objeto de
intenso debate, tanto no contexto acadêmico (em nível de pesquisa) como no
delineamento de políticas públicas. Para qualquer dos contextos, um dos desafios
centrais é compreender as motivações básicas para o interesse das pessoas na atividade empreendedora.
Em um primeiro nível, o interesse empreendedor pode
ser explicado pela vertente comportamental do empreendedorismo, que enfatiza a
motivação pela busca de auto-realização. Também se pode compreender a motivação
por necessidade (falta de alternativa para o trabalho), fato que ocorre em
especial para o contexto dos países
Filion (1999, 2001) defende que as profissões no
futuro terão uma maior inclinação empreendedora, o que direciona a concepção de
diferentes tipos de empreendedorismo. Assim, podem-se citar como exemplos das
diferentes possibilidades: aqueles que empreendem quando montam a sua própria
empresa (empresarial); os que empreendem nas empresas em que são empregados
(intra-empreendedorismo); e mais recentemente, destacam-se os empreendedores
sociais, os empreendedores ambientais e empreendedores institucionais (que
atuam nas relações entre empresas).
Para o atendimento dos objetivos deste artigo é
necessária a análise dos fatores de influência sobre o interesse empreendedor.
No trabalho de Baughn et al (2006), foram analisados os seguintes
fatores (cf. item 1.3): influência do contexto, que os autores
operacionalizaram como vocação dos países ao empreendedorismo; capital social;
e domínio das habilidades empreendedoras. Estes fatores serviram de base para
as análises aqui desenvolvidas, conforme exposto a seguir.
Quanto à influência do contexto, levando-se em
conta as diferentes áreas de formação de estudantes de ensino superior (e não o
contexto nacional, como fizeram Baughn et al [2006]), o entendimento
vigente é de que o empreendedorismo constitui-se em uma lógica transversal a
diferentes áreas de conhecimento. A experiência e os contatos exploratórios dão
indicações de que algumas áreas apresentam maior vocação para o desenvolvimento da atividade empreendedora, como
Administração, Engenharias e cursos da área tecnológica, ao passo que outras
são mais orientadas ao emprego (como as licenciaturas, por exemplo).
Segundo Araújo et
al (2005), as universidades, tanto no Brasil como no exterior, têm passado
por uma ‘segunda evolução’, a partir da adoção da busca de desenvolvimento
social e econômico como parte de seus objetivos. Assim, segundo os autores,
além da transição para a incorporação da pesquisa na prática de ensino
(primeira evolução), surge uma nova função chamada ‘universidade
empreendedora’, o que implica em uma integração do ensino e da pesquisa com o
desenvolvimento econômico e social, o que seria viável a partir da disseminação
da cultura empreendedora.
Os autores (ARAÚJO et al, 2005), a partir dos dados de uma pesquisa com instituições
de ensino superior canadenses, identificaram uma concentração do ensino
empreendedor em poucas áreas (mais da metade das disciplinas de
empreendedorismo estão em cursos da área de gestão, e em menor escala vêm os
cursos da área de engenharia). Os autores não trazem dados nacionais, mas é
possível crer que a realidade brasileira seja parecida. A justificativa para
esta realidade é, acredita-se, o fato destas áreas (gestão e engenharia) serem
mais vocacionadas ao empreendedorismo do que as demais.
Quanto ao capital social, este foi entendido como o
suporte de pessoas mais próximas do (potencial) empreendedor, ou seja, família
e amigos. Pela revisão da literatura, chegou-se a conclusão de que a atividade
empreendedora sofre efetivamente os condicionamentos das relações sociais
existentes (GREVE; SALAFF, 2003; MILLER, 2000). Conforme argumenta Filion
(1993, p. 59), este sistema de relações é fundamental para a atividade
empreendedora, uma vez que,
[...]
os empreendedores são originalmente produtos dos sistemas de relações da
família, que depois desenvolvem uma rede de relacionamentos empresariais, de
modo que as pessoas nela envolvidas se tornam produtos sociais de que o
empreendedor precisa, à medida que venham realizar sua visão.
Na concepção deste
autor (FILION, 1993), o suporte familiar é especialmente relevante no início do
desenvolvimento da visão empreendedora, o que moldará os tipos de visão inicial
que o empreendedor poderá ter na criação de um negócio. Todavia, na
constituição e consolidação de uma visão mais ampla, as novas relações que se
estabelecem (amigos) são partes fundamentais do processo de formação da visão.
Já com relação ao domínio
dos requisitos empreendedores, a literatura pesquisada já parece partir do
entendimento de que para empreender é necessário, antes de tudo, dominar
algumas habilidades específicas (DOLABELA, 1999; DORNELAS, 2005; CHIAVENATO,
2006; BARON; SHANE, 2007). A sugestão geral dada pelos diversos autores de
manuais que se propõem a analisar o empreendedorismo e desenvolver ações
empreendedoras é a de que, além de uma idéia bem concebida, os empreendedores
necessitam ter domínio de habilidades tais como gerenciar fontes de
financiamento e parcerias diversas; promover gerenciamento das atividades
cotidianas do negócio; ter disciplina e organização pessoal, entre outros.
Os tópicos acima
apresentados têm como um pressuposto geral potenciais influências sobre o
interesse em empreender (ao menos a priori).
Entende-se que seja conveniente avaliar a natureza desta influência em
contextos específicos (com recortes tais como a região geográfica, área de
formação, profissão, fatores étnicos, gênero...). Baughn et al (2006), por exemplo, analisaram
os fatores em conjunto, considerando o recorte regional. Para este trabalho,
decidiu-se avaliar o recorte por área de formação. Os detalhes desta decisão
estão expostos no item seguinte.
1.2 Desenvolvimento das hipóteses
Baughn et al
(2006) desenvolveram um estudo para avaliar o interesse empreendedor de
estudantes de negócios de três diferentes países: China, Vietnam e Filipinas.
No trabalho, os autores avaliaram um conjunto de hipóteses associadas aos
fatores de influência no interesse dos estudantes em desenvolver atividades
associadas ao empreendedorismo, e em seguida testaram estas hipóteses junto a
aproximadamente 800 estudantes, distribuídos nos três países.
Para este artigo, considerou-se conveniente que se
partisse da proposição desenvolvida por estes autores, e que se desenvolvesse o
aprimoramento e as devidas adaptações para o contexto brasileiro, e
especificamente para os condicionantes do novo contexto de análise.
Especificamente com relação às hipóteses, Baughn et al (2006) desenvolveram cinco hipóteses que anunciavam relações
de influência para o interesse empreendedor. Estas hipóteses foram avaliadas no
seu contexto específico do trabalho original, e foram adaptadas ao contexto e
aos objetivos deste artigo. Os detalhes foram os seguintes:
§
Primeiramente,
Baughn et al (2006) desenvolveram a
hipótese de que o interesse empreendedor é condicionado pela vocação e pela
cultura nacionais de incentivo e apoio ao empreendedorismo. Os autores partiram
de constatações anteriores de que a aceitação, a admiração, ou mesmo o
incentivo direto promovidos pelos países, são condicionantes do interesse que
as pessoas desenvolvem
H1 O interesse
empreendedor está positivamente relacionado com a vocação percebida ao
empreendedorismo da área de formação;
§
Baughn et al (2006) também analisaram a influência
do capital social, este entendido como o suporte de familiares e amigos. A
hipótese desenvolvida pelos autores foi utilizada aqui sem adaptações, e foi
avaliada com o seguinte enunciado:
H2 O interesse
empreendedor está positivamente relacionado com o suporte providenciado por
familiares e amigos;
§
Os autores
também desenvolveram uma hipótese diretamente relacionada com a hipótese
anterior, que associava o interesse empreendedor à atividade empreendedora de
algum membro da família. Para este trabalho, considerou-se relevante avaliar
não apenas a condições do membro da família, mas também do próprio estudante.
Assim, a hipótese definida foi a seguinte:
H3. O interesse
empreendedor é positivamente influenciado pela propriedade de empresa pelo
empreendedor ou por seus familiares;
§
A quarta
hipótese desenvolvida por Baughn et al
(2006) também associou a família com o empreendedorismo, e avaliou a relação
entre o interesse empreendedor e a percepção de que empreender implicaria nas
obrigações familiares. Entendeu-se aqui que tal avaliação é compatível com a
análise da atitude dos diferentes países em relação à instituição família e às
obrigações decorrentes, mas tal atitude não é cabível na análise das áreas de
formação de um mesmo país. Assim, especificamente em relação a esta hipótese,
entendeu-se que sua aplicação ao contexto de formação, ainda que fosse
possível, não era adequada;
§
A quinta
hipótese de Baughn et al. (2006)
relacionava o interesse empreendedor com a auto-avaliação dos respondentes
relacionadas ao domínio das habilidades necessárias para o desenvolvimento de
ações empreendedoras. Esta hipótese foi mantida para este estudo, e está anunciada
como segue:
H4 O interesse
empreendedor está positivamente relacionado à percepção de domínio individual
das habilidades necessárias para empreender eficientemente.
A partir destas hipóteses, desenvolveu-se um estudo
empírico para validação por meio de técnicas estatísticas adequadas. Os
procedimentos estão expostos no item seguinte.
2 Metodologia
O trabalho foi desenvolvido em três etapas:
procedimentos exploratórios; definição do instrumento e coleta de dados; e
trabalho empírico. Os procedimentos exploratórios foram desenvolvidos em duas
fases: a primeira constou da pesquisa bibliográfica desenvolvida e o
desenvolvimento das hipóteses, conforme exposto no item 2; já a segunda fase
consistiu nos procedimentos exploratórios gerais, que foram relacionados à
avaliação de trabalhos semelhantes, análise de escalas utilizadas, e consulta aos
especialistas para fechamento dos construtos da pesquisa.
Como forma de acessar as informações empíricas, foi
selecionado como instrumento o questionário. Na definição da estrutura do
instrumento, foi decidido que este seria dividido em três blocos de questões: o
primeiro bloco contendo as variáveis de identificação mais relacionadas ao
contexto de análise e intenções futuras; o segundo bloco envolvendo as questões
referentes aos construtos de referência do estudo; por fim, o terceiro bloco
contemplou a identificação dos respondentes, com questões sobre dados
demográficos e socioeconômicos. Especificamente sobre as escalas dos
construtos, todas as variáveis foram extraídas e traduzidas de Baughn et al (2006), com algumas adaptações.
A
apresentação dos itens no questionário para mensuração dos quatro primeiros
construtos foi feita na forma de afirmação, com averiguação do grau de
concordância por meio de uma escala de Likert de 5 pontos, na qual 1 indicada
discordância total, e 5 indicava concordância total. O quinto construto
(propriedade) foi mensurado por meio de uma variável dummy, com 0 indicando não propriedade de empresas, e 1 indicando
propriedade. Após a consolidação
preliminar do instrumento, este foi submetido a um pré-teste junto a uma
amostra de 10 respondentes. Feitos os devidos ajustes, o questionário foi
aplicado. Nesta etapa foram delineadas as configurações apresentadas a seguir:
§
Universo da
pesquisa: foi constituído por alunos dos cursos de Turismo em funcionamento na
cidade Fortaleza (Ceará). O tamanho exato deste universo não pôde ser definido;
§
Amostra: dado
o objetivo da pesquisa de avaliar preliminarmente as hipóteses desenvolvidas,
selecionou-se uma amostra de 149 respondentes, de três diferentes instituições
acadêmicas, todas de natureza privada;
§
Método de
coleta: a coleta de dados foi procedida diretamente pelos próprios
pesquisadores, a partir do apoio das coordenações de cursos e de alguns professores
que viabilizaram a aplicação.
Os
procedimentos estatísticos para os dados coletados no trabalho de campo foram
de três tipos: descrição da amostra; análise univariada dos construtos da
pesquisa; e análise multivariada, com a avaliação das hipóteses definidas.
Todos os procedimentos foram desenvolvidos com o apoio do software SPSS, versão
13.
A descrição da amostra se deu pela apresentação das
freqüências das respostas de cada uma das variáveis sobre o curso, sobre as
intenções futuras, e das variáveis demográficas e sócio-econômicas. Já na
análise univariada, inicialmente foram
extraídas as médias e os desvios-padrão de cada uma das variáveis
independentemente.
O
conjunto de variáveis também foi submetido preliminarmente a uma Análise
Fatorial Exploratória, técnica que, segundo informam Hair et al (2005, p. 91), consiste em uma “classe de métodos
multivariados cujo propósito principal é definir a estrutura subjacente em uma
matriz de dados”. A partir desta técnica, foi possível verificar se os itens
utilizados no questionário estavam consistentemente associados aos construtos
definidos. Após os procedimentos, para cada um dos construtos foi extraído o
coeficiente Alpha de Cronbach, índice
que permite avaliar a confiabilidade da mensuração dos construtos pelos itens
definidos (MALHOTRA, 1999).
Após
estes procedimentos, e confirmada a estrutura dos itens na composição dos
construtos, foi extraída uma medida geral por construto, com agregação dos
escores pela média das entradas dos itens componentes de cada construto, com
exceção do construto ‘propriedade’ (o procedimento de composição das variáveis
de cada construto foi realizado conforme as recomendações e os cuidados
apontados por Bagozzi e Edwards [1998]).
Adicionalmente,
e considerando que as hipóteses supõem relacionamentos entre construtos,
decidiu-se avaliar estes relacionamentos por meio da ferramenta Análise de
Regressão Múltipla, que viabiliza a avaliação da consistência da relação de
influência entre duas ou mais variáveis independentes, e uma variável
dependente (MALHOTRA, 1999). Assim, as quatro hipóteses foram testadas
tomando-se como variável dependente o construto (agregado) ‘interesse’, e como
variáveis independentes os construtos (agregados) ‘suporte’, ‘domínio’,
‘normas’ e ‘propriedade’.
3 Análise de dados
3.1
Descrição da amostra
A
amostra foi composta por estudantes de todos os anos de curso, porém houve uma
preferência por alunos da segunda metade do curso (3º e 4º anos), que somaram
69,6% do total. Acredita-se que esta opção viabilize uma melhor avaliação dos
quesitos de pesquisa, devido à maior experiência dos respondentes com o curso.
Com
relação à natureza da instituição de ensino, todos os estudantes foram
provenientes de instituições privadas. Esta distribuição é decorrente do fato
de, na cidade de Fortaleza, somente instituições privadas oferecerem cursos de
graduação do tipo bacharelado
A
variável que inquiria acerca da propriedade de empresa por parte do respondente
ou de seus familiares apresentou uma porcentagem considerável para o caso
afirmativo (com 36,9% da amostra). Em relação à condição de trabalho,
exatamente metade dos estudantes informou não estar trabalhando, e ainda 21,6%
informaram estar trabalhando em meio período, e 28,4% informaram estar
trabalhando em tempo integral.
Inquiridos
acerca do futuro profissional a maioria dos estudantes declarou que deseja
conseguir um emprego (público ou privado), com 40,3% dos respondentes. Os que
desejam trabalhar em sua própria empresa somaram 38,9%, e apenas 3,4% pretendem
trabalhar em empresas da família (17,4% indicaram ‘outros’ como resposta ao
item). Estes resultados demonstram que o percentual de estudantes que pretende
conseguir um emprego é praticamente igual ao percentual daqueles que querem
empreender, mostrando que o empreendedorismo é uma opção preferencial para os
estudantes de cursos da área Turismo.
Especificamente
em relação aos estudos, a maioria dos estudantes pretende fazer um curso de
especialização (58,4%), seguidos dos que pretendem fazer outro curso de
graduação (16,3%), e dos que têm a intenção de cursar um mestrado (14,3%) (um
total de 10,2% indicou ‘outros’ como resposta a esta questão). Os resultados
são indicativos do interesse dos estudantes em seguir nos estudos de
aprofundamento, especialmente por meio de cursos de pós-graduação, reforçando a
tendência de busca de aperfeiçoamento continuado.
Com
relação à idade, a grande maioria (54,4%) tem até 24 anos (25,5% com ‘até 21
anos’ e 28,9% ‘acima de 21 até 24 anos’), 24,2% tem ‘acima de 24 até 27 anos’,
e 21,5% ‘acima de 27 anos’. Em relação ao gênero, 27,5% eram homens contra
72,5% de mulheres. A amostra ainda era composta de 78,5% de solteiros contra
13,4% de casados (8,1% informaram ‘outros’ como resposta).
Com
relação à renda familiar os dados apresentaram-se bem distribuídos, com 19,3%
para renda ‘até R$ 1.000,00’, 27,6% para ‘acima de R$ 1.000,00 até R$ 2.000,00’,
14,5% com ‘acima de R$ 2.000,00 até R$ 3.000,00’, 38,6% ‘acima de R$ 3.000,00’.
3.2
Análise dos construtos
As
variáveis de cada um dos construtos foram submetidas à técnica estatística
Análise Fatorial Exploratória – AFE, o que permitiu a comparação com a proposta
previamente definida e os resultados efetivamente encontrados a partir do
trabalho de campo. Nos construtos ‘interesse empreendedor’, ‘suporte familiar e
de amigos’, e ‘vocação percebida na área’, a estrutura fatorial gerada manteve
a expectativa previamente definida, não tendo havido a necessidade de qualquer
procedimento de ajuste.
Especificamente
nas variáveis associadas ao ‘domínios de habilidades empreendedoras’, a AFE fez
emergir dois fatores distintos das 15 variáveis originalmente operacionalizadas
em Baughn et al (2006). A verificação
dos sentidos das variáveis indicou que estas se agrupavam de modo a evidenciar
em conjunto dois tipos específicos de habilidades, que foram então
identificadas por ‘domínio de habilidades estratégicas’ e ‘domínio de
habilidades operacionais’ (cf. Anexo). Considerando estes resultados, e
avaliando o enunciado da hipótese H4 (O interesse empreendedor está
positivamente relacionado à percepção de domínio individual das habilidades
necessárias para empreender eficientemente), esta foi então dividida em duas
outras, a seguir enunciadas:
H4a O interesse
empreendedor está positivamente relacionado à percepção de domínio individual
das habilidades estratégicas necessárias para empreender eficientemente;
H4b O interesse
empreendedor está positivamente relacionado à percepção de domínio individual
das habilidades operacionais necessárias para empreender eficientemente.
A partir destes
resultados e destas decisões, as variáveis utilizadas na pesquisa foram agrupadas
por construto, e foram extraídas as médias e os desvios-padrão. As
variáveis também foram analisadas em sua confiabilidade para representar os
construtos. Para tanto, foi selecionado o índice Alpha de Cronbach. O índice foi extraído construto a construto,
tendo-se encontrado valores aceitáveis (todos acima de 0,6). Assim,
considerando os resultados da estrutura fatorial encontrada, e da
confiabilidade extraída, decidiu-se pela composição das variáveis para gerar
uma medida geral de cada construto.
Tomando como regra
de composição a média dos escores das entradas na planilha correspondentes a
cada construto, cinco novas variáveis foram geradas. Os resultados para as
médias e os desvio-padrão de cada um dos construtos estão expostos na Tabela 1.
Tabela 1: Resultados das médias
dos construtos
Construto |
Média |
Desvio |
Interesse pessoal em empreender |
3,70 |
0,89 |
Vocação percebida na área |
4,27 |
0,63 |
Percepção de suporte de familiares e amigos |
3,85 |
0,74 |
Percepção de domínio de habilidades estratégicas |
3,83 |
0,68 |
Percepção de domínio de habilidades operacionais |
4,09 |
0,59 |
Fonte: Pesquisa direta
Conforme
é possível verificar, as médias dos construtos apresentam valores entre
intermediários e altos, sendo a maior média para ‘vocação percebida na área’
(4,27), e a menor para ‘interesse pessoal em empreender’ (3,70). Os
desvios-padrão podem ser considerados baixos, com exceção do interesse pessoal
em empreender, que apresentou um desvio de nível intermediário.
Pelo
resultado das médias apresentadas, é possível entender que, na avaliação dos
estudantes, os cursos apresentam grande vocação ao empreendedorismo, o que se
compreende pela natureza da área de Turismo, e, adicionalmente, os estudantes
se sentem bastante seguros quanto às habilidades empreendedoras de nível
operacional. Todavia, o interesse pessoal em empreender, o suporte de
familiares e amigos, e a segurança no domínio das habilidades estratégicas ficaram
com médias em um nível intermediário.
3.4 Análise de regressão
As
hipóteses definidas para o estudo foram avaliadas através da técnica
estatística Análise de Regressão Múltipla, uma vez que esta viabiliza a
avaliação da influência simultânea dos fatores definidos. Assim, o construto
‘interesse pessoal em empreender’ foi colocado na condição de dependente, ao
passo que vocação percebida na área, percepção de suporte, domínio das
habilidades (estas na mesma escala da variável dependente) e empresa própria ou
na família (como uma dummy com 0 para
não posse, e 1 para posse) foram inseridas como independentes. Para efeito de
análise, foi usado o método de regressão enter,
que apresenta os resultados de todas as variáveis independentes, quaisquer que
sejam os resultados dos testes de hipóteses dos coeficientes.
Os
valores do modelo final de regressão estimado encontram-se na Tabela 2. O
modelo pôde ser considerado consistente (R²=0,333), e, como é possível
verificar, na avaliação da significância estatística, quatro das cinco
dimensões mostraram-se influenciadores consistentes do interesse pessoal em
empreender dos estudantes (influência verificada quando p<0,05).
Tabela 2: Resultados da regressão múltipla
Dimensões |
Coefic.
β |
Estat.
t |
Sig. |
Vocação percebida na área |
0,211 |
2,849 |
0,005 |
Percepção de suporte de familiares e amigos |
0,285 |
3,595 |
0,000 |
Empresa própria ou na família |
0,145 |
2,009 |
0,046 |
Percepção de domínio de habilidades estratégicas |
0,255 |
2,654 |
0,009 |
Percepção de domínio de habilidades operacionais |
0,064 |
0,634 |
0,527 |
Fonte: Dados da pesquisa
A partir deste resultado, têm-se condições para a
análise das hipóteses, conforme procedido a seguir:
§
A hipótese H1,
que afirmava que ‘o interesse empreendedor está positivamente relacionado com a
vocação percebida na área de formação’, foi aceita (β=0,221, p<0,01). Desta forma, tem-se a confirmação de que,
para os estudantes de Turismo, quanto mais estes percebem uma orientação do
curso para o empreendedorismo, mais estes se interessam por iniciar seu próprio
negócio;
§
A hipótese H2,
que afirmava que ‘o interesse empreendedor está positivamente relacionado com o
suporte providenciado por familiares e amigos’, também foi aceita (β=0,285, p<0,001). Nesse caso,
compreende-se a relevância do apoio de familiares, e especialmente de amigos,
algo que é recorrente no próprio desenvolvimento dos cursos, quando colegas se
envolvem em projetos em grupo, e podem desencadear a partir disto iniciativas
empreendedoras;
§
A hipótese H3,
que afirmava que ‘o interesse empreendedor é influenciado pela propriedade de
empresa pelo estudante ou por seus familiares’, foi aceita (β=0,145, p<0,05). Tal evidência
confirma a suposição do condicionamento da propriedade de um negócio na escolha
de cursos de Turismo e reforça que a proximidade com um negócio exerce
influência no interesse em empreender dos estudantes;
§
A hipótese
H4a, que afirmava que ‘o interesse empreendedor está positivamente relacionado
à percepção de domínio individual das habilidades estratégicas necessárias para
empreender eficientemente’, foi aceita (β=0,255,
p<0,01). A evidência, nesse caso, foi de que a segurança no domínio
das habilidades estratégicas é considerada pelos estudantes da área de Turismo
como indispensável ao interessado em empreender, o que se justifica pela
associação do ato de empreender com a capacidade de identificar e gerenciar
oportunidades de mercado.
§
A hipótese
H4b, que afirmava que ‘o interesse empreendedor está positivamente relacionado
à percepção de domínio individual das habilidades operacionais necessárias para
empreender eficientemente’, foi negada (β=0,064,
p=0,527). A negação desta segunda hipótese não encontra justificativa a priori, porém informa que os
estudantes desta área, a despeito de se considerarem seguros quanto domínio
destas habilidades (cf. Tabela 1), não as entendem como um pré-requisito para
tomarem a iniciativa de empreender.
De maneira geral,
os resultados finais confirmam
quatro das cinco hipóteses da pesquisa, e informam que o interesse empreendedor
dos estudantes de Turismo é seguramente influenciado pela percepção de vocação
empreendedora do curso, pela percepção do suporte de amigos e familiares, pela
propriedade de empresa, própria ou na família, pelo domínio dos requisitos
empreendedores de nível estratégico.
Considerações finais
Este estudo partiu
do pressuposto de que é necessário o desenvolvimento de uma cultura
empreendedora na sociedade e em especial nos futuros profissionais, os atuais
estudantes de cursos superiores. Acredita-se assim que a atividade
empreendedora é fundamentalmente fomentadora do desenvolvimento de um país.
O estudo aqui
desenvolvido teve a finalidade de analisar um aspecto específico da atividade
empreendedora, relacionado à manifestação de interesse dos estudantes de cursos
de Turismo
De forma geral, os
resultados indicaram que os estudantes interessam-se medianamente pela
atividade empreendedora, que percebem alta vocação da área dos cursos para o
empreendedorismo, que percebem um bom suporte de amigos e familiares, e,
adicionalmente, que se avaliam como tendo um bom domínio das habilidades
necessárias para empreender. Estes resultados são compreensíveis, especialmente
devido ao potencial que os cursos da área de Turismo oferecem ao
empreendedorismo, a partir da possibilidade de desenvolvimento de novos
empreendimentos.
Especificamente em
relação às influências sobre o interesse empreendedor, foram suportadas quatro
das cinco hipóteses definidas. A indicação foi de que o interesse empreendedor
dos estudantes de Turismo é influenciado pela percepção de vocação
empreendedora do curso, pela percepção do suporte de amigos e familiares, pela
propriedade de empresa, própria ou na família, pelo domínio dos requisitos
empreendedores de nível estratégico, porém não há influência alguma da
percepção de domínio das habilidades de nível operacional.
Acredita-se que os
resultados permitiram avaliar consistentemente o caráter empreendedor de
estudantes de Turismo, tendo-se alcançado satisfatoriamente os objetivos
definidos. Entende-se assim que as conclusões apresentadas geram conhecimento
relevante para os gestores de cursos da área e de instituições que buscam
promover a atividade empreendedora (como o poder público, entidades da
sociedade civil, e instituições de ensino superior), na medida em que podem
contribuir para viabilizar um melhor direcionamento no processo de formação de
uma cultura empreendedora nas instituições de educacionais, em especial em
cursos ligados à área analisada.
Os resultados do
estudo foram limitados, uma vez que a amostra foi restrita a instituições
cearenses, além do fato da amostragem ter sido não aleatória. Assim, como
recomendação para pesquisa, acredita-se que seria relevante uma replicação
deste estudo em outros estados brasileiros, de preferência com métodos de
amostragem mais rigorosos. Recomenda-se ainda que este trabalho seja replicado
em outros cursos, como Administração, Contabilidade, cursos de tecnologia da
informação, dentre outros, e que se proceda a uma comparação para se avaliar as
diferenças e similaridades entre os cursos.
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Anexo: Médias e
desvios-padrão por variável da pesquisa
Interesse pessoal em empreender |
|
||
Variáveis |
Média |
Desvio |
|
É
muito provável que eu abra meu próprio negócio nos próximos 5 anos |
3,57 |
1,29 |
|
Se eu
abrir um novo negócio, é muito provável que tenha sucesso |
3,91 |
1,16 |
|
Para
mim, é muito desejável abrir um negócio próprio |
4,03 |
1,22 |
|
Começar
um negócio é uma idéia muito atraente para mim |
3,95 |
1,18 |
|
Seria
fácil para mim abrir meu próprio negócio |
3,04 |
1,16 |
|
Vocação percebida na área |
|
||
Variáveis |
Média |
Desvio |
|
O
pensamento criativo é visto como um caminho para o sucesso na minha área de
formação |
4,58 |
0,97 |
|
As
pessoas na minha área de formação valorizam aqueles que abrem seu próprio
negócio |
3,59 |
1,13 |
|
Transformar
uma boa idéia em um negócio é bem visto na minha área de formação |
4,47 |
0,90 |
|
O
empreendedorismo é admirado na minha área de formação |
4,44 |
0,87 |
|
Suporte familiar e de amigos |
|
||
Variáveis |
Média |
Desvio |
|
Se eu
abrisse um negócio, alguns membros de minha família trabalhariam comigo |
3,42 |
1,19 |
|
Se eu
abrisse meu próprio negócio, os membros de minha família me ajudariam |
4,07 |
1,12 |
|
Minha
família aprovaria a idéia de eu abrir meu próprio negócio |
4,24 |
1,04 |
|
Se eu
abrisse meu próprio negócio, alguns de meus amigos trabalhariam comigo |
3,62 |
1,10 |
|
Se eu
abrisse meu próprio negócio, meus amigos me ajudariam |
3,53 |
1,21 |
|
Meus
amigos aprovariam se eu abrisse meu próprio negócio |
4,14 |
1,02 |
|
Domínio de habilidades estratégicas |
|
||
Variáveis |
Média |
Desvio |
|
Tenho
capacidade de identificar fontes de capital para um negócio |
3,60 |
0,91 |
|
Sou
capaz de desenvolver relacionamentos com possíveis fontes de financiamento |
3,89 |
1,03 |
|
Tenho
capacidade de reagir a mudanças ambientais, em tempo hábil |
3,99 |
1,04 |
|
Sei
identificar e avaliar informações de mercado para um novo negócio |
3,77 |
0,94 |
|
Consigo
entender os aspectos legais associados a um novo negócio |
3,61 |
0,96 |
|
Tenho
condições de criar produtos que atendam as demandas dos clientes |
4,00 |
1,00 |
|
Tenho
facilidade em identificar oportunidades para futuros negócios |
3,93 |
0,87 |
|
Domínio de habilidades operacionais |
|
||
Variáveis |
Média |
Desvio |
|
Consigo
trabalhar produtivamente em situações estressantes |
4,02 |
1,05 |
|
Tenho
capacidade de me comunicar adequadamente com outras pessoas |
4,45 |
0,84 |
|
Tenho
condições de gerenciar um fluxo de caixa |
4,01 |
0,95 |
|
Sou
capaz de promover venda pessoal |
4,03 |
0,98 |
|
Sou
hábil em gerir meu tempo produtivamente |
4,20 |
0,86 |
|
Tenho
capacidade de gerenciar riscos eficientemente |
3,71 |
0,90 |
|
Eu
consigo ser persistente, mesmo em situações adversas |
4,28 |
0,82 |
|
Tenho
capacidade de desenvolver ações de planejamento de negócios |
4,02 |
0,97 |
|
Recebido em: março de 2008
Aprovado em: outubro de 2008
[1] Doutor em Administração e pesquisador do Convênio CNPq/FUNCAP, atuando no Mestrado Acadêmico em Administração da Universidade Estadual do Ceará. Email: franzecosta@gmail.com
[2] Conforme Murphy, Liao e Welsch
(2006), o empreendedorismo está associado a diversos fenômenos relacionados ao
desenvolvimento do comercio internacional, curvas de demanda, competição como
mecanismo de inovação e oportunidades de construção.