GESTÃO PÚBLICA DA
HOSPITALIDADE URBANA:
ESTUDO DE CASO DO
PARQUE DA ÁGUA BRANCA NA CIDADE DE SÃO PAULO
PUBLIC MANAGEMENT OF URBAN HOSPITALITY: A CASE STUDY OF
GESTIÓN PÚBLICA DE LA HOSPITALIDAD URBANA. EL CASO
DEL PARQUE AGUA BRANCA EN LA CIUDAD DE SAN PABLO
Luciana Sagi[1]
Resumo: Trata-se de um estudo qualitativo
sobre a gestão pública do Parque da Água Branca na cidade de São Paulo e seus
impactos na hospitalidade deste espaço. A
pesquisa teve início em 2005 no mestrado em Hospitalidade da Universidade
Anhembi Morumbi e teve prosseguimento independente até o ano de 2008. Foram
analisadas as três principais dimensões da gestão:
administrativa-institucional, sócio-política e econômica-financeira. Foi
possível verificar como aspectos relacionados à capacitação dos recursos
humanos, projetos políticos de maior amplitude, recursos físicos e sistemáticas
de planejamento e relacionamento com os diversos atores sociais acabam por
implicar na hospitalidade que o parque proporciona aos seus visitantes. O
Parque da Água Branca vem tendo um bom desempenho nesse sentido, uma vez que os
diversos componentes da gestão pública parecem estar caminhando para que este
espaço seja uma área completa de lazer, que contemple os 3 D´s de Dumazedier
(1980): descanso, divertimento e desenvolvimento, minimizando as pressões que
afetam a população da metróple São Paulo.
Palavras-chave: Gestão pública. Hospitalidade
Urbana. Parques Urbanos. Lazer e sociedade.
Resumen: Este es
un estudio cualitativo sobre la gestión pública del Parque Agua Branca en
la ciudad de San Pablo y de sus impactos
en la hospitalidad de este espacio. La investigación empezó en 2005 en la
maestría en Hospitalidad de la Universidad Anhembi Morumbi y tuvo continuidad
de forma independiente hasta 2008. Se analizaron las tres principales
dimensiones de la gestión: administrativa-institucional, socio-política y
económico financiera. Se pudo verigicar como aspectos relacionados a la
capacitación de los recursos humanos, proyectos políticos de mayor amplitud,
recursos físicos y sistemáticas de planificación y relación con los diversos
actores sociales acaban comprometiendo la hospitalidad que el parque brinda a
SUS visitantes. El Parque Agua Branca se ha desempeñado bien en este sentido,
pues los diversos componentes de la gestión pública parecen estar caminando
para que ese espacio sea un área
completa de recreación, que
contemple las 3 D de Dumazedier (1980): descanso, diversión y desarrollo,
minimizando las presiones que afectan a la población de la metrópolis San
Pablo.
Palabras clave: Gestión
Pública. Hospitalidad Urbana. Parques Urbanos. Recreación y Sociedad.
Abstract: This article is a
qualitative study about the public management of
Key-words: Public Management. Urban
Hospitality. Urban Parks. Leisure and society.
No parque da Água Branca,
A esperança que a gente Traz.
Na flor que não se arranca,
Na árvore mansa deixada em paz...
(NOGUEIRA, 1983) [2]
Em
2005, na disciplina Cultura, Cinema e Hospitalidade ministrada pela Professora
Doutora Marielys Siqueira no Mestrado em Hospitalidade da Universidade Anhembi
Morumbi, foi iniciado um projeto de pesquisa em torno do Parque da Água Branca na
cidade de São Paulo, com o objetivo de avaliar a hospitalidade urbana desta
área. Para isto foram criados grupos de estudo específicos a fim de estudar o
uso do parque por parte da população; as condições de lazer, de acolhimento e
de convivialidade que ele oferece; e a gestão deste espaço.
Este
artigo apresenta o resultado referente à análise de gestão deste espaço, aspecto
que foi estudado entre os anos de 2005 e 2008. Em uma primeira etapa foi
realizado um levantamento de dados com o histórico do parque, sua estruturação
de recepção e atrativos existentes. Posteriormente foi realizada entrevista com
a Diretoria do parque, utilizando questionário de apoio (ver Anexo A), a fim de
identificar especificidades da gestão nas dimensões
administrativa-institucional, sócio-política e econômica-financeira. Por fim,
foi elaborado o artigo com os resultados procurando demonstrar a relação que a gestão
pública possui na hospitalidade de um parque urbano.
1 Gestão de
parques urbanos e a hospitalidade
As
relações sociais nos centros urbanos são influenciadas por um sem-número de
fatores. De forma geral os centros urbanos caracterizam-se por serem espaços
com maior concentração de pessoas e por gerarem a necessidade de equipamentos e
serviços proporcionais à este universo. Conforme aponta Grinover (2002), este
espaço é impactado pelas dinâmicas de outras nacionalidades em tempo real –
fenômeno da globalização – como a inovação através de tecnologias; mudanças no
padrão de comunicação, de produção e de consumo; fenômenos como a imigração,
novas formas de governança e desnacionalização. Se por um lado há uma pressão
externa em torno dos centros urbanos para que dinamizem processos “genéricos
globais”, por outro lado há uma constante construção social em torno do espaço,
a fim de criar identidade, singularidade.
Neste
espaço de contradições, a população se apropria e utiliza áreas específicas,
cada qual marcada pela memória de acontecimentos, dando simbologia ao seu
passado, criando uma relação com o meio físico de identidade. Esta relação gera
a atratividade do local, não apenas para aqueles que ali vivem mas para aqueles
que vem de fora – os visitantes e os turistas – os quais procuram em seus
deslocamentos experiências singulares, o contato com o novo.
A
área específica apropriada pela população da cidade de São Paulo neste artigo é
o Parque da Água Branca. O desenvolvimento desta cidade, processo que a elevou
à categoria de metrópole, ocorre em ritmo acelerado gerando pressões
ambientais, econômicas, políticas, tecnológicas e sócio-culturais. Nesta teia
de necessidades ambíguas por um lado e complementares por outro (mercado X
população), “os espaços como parques, jardins públicos – lugares acolhedores e
hospitaleiros – teriam a função primordial de reestabelecer condições de lazer
e equilíbrio” (MORIN, 1995).
De
acordo com Siqueira (2005), isso aponta para a importante função da
hospitalidade urbana exercida pelos parques:
Sophie
Hoje,
o direito ao lazer está no centro dessas exigências determinando mudanças e
alterações no uso desses espaços. Além disso, o lazer, atualmente, não é mais o
privilégio de uma minoria ou de uma classe, mas o conjunto da população
reivindica o direito a ele e, mesmo que ainda persistam fortes desigualdades, o
direito ao lazer se tornou uma demanda social fundamental. E, este direito
procura ser suprido pelo Estado, o qual possui por definição esta função.
O
Estado, apesar de toda a sua força não age sozinho no espaço urbano. Gerenciar
este espaço de contradições exige habilidades multidisciplinares, trabalho
conjunto e esforços constantes. Um exemplo é a atual ação da Prefeitura de São
Paulo, a qual vai aproveitar terrenos há muito tempo abandonados para entregar
33 parques até dezembro de 2008. Para isto, de acordo com entrevista do
Secretário de Coordenação de Subprefeituras, Andréa Matarazzo, publicada no
jornal O Estado de São Paulo em 22 de maio de 2008, “houve, sim, uma integração
entre Prefeitura e Estado, entre secretarias e autarquias, nunca vista antes.
Algumas dessas áreas serão instaladas em parceria com a Companhia de Saneamento
Básico do Estado de São Paulo - Sabesp e com a Empresa Metropolitana de Águas e
Energia - Emae. Outras foram desapropriadas pelas subprefeituras. Até a
Secretaria dos Esportes cuidará de um dos novos parques."
Neste
contexto, a gestão do parque da Água Branca implica na existência de uma
capacidade institucional que seja eficiente em administrar os diversos aspectos
inerentes ao seu funcionamento e sua funcionalidade. Pode-se dizer que o termo
eficiência é extremamente amplo uma vez que é um indicador do grau de
atendimento à uma complexidade de quesitos relativos às necessidades dos diversos
atores sociais envolvidos no processo, sejam eles funcionários, usuários
(habitantes e/ou turistas), colaboradores, parceiros, entre outros. Assim, a
capacidade institucional está ligada tanto à questão relativa às pessoas que
atuam neste processo como os instrumentos e recursos que elas possuem para pôr
em prática suas ações. Tendo em vista estes aspectos, torna-se oportuno
observar a gestão do Parque da Água Branca tomando como base as dimensões
sugeridas por Paula (2005), aqui adaptadas para a realidade da instituição
pública “parque”:
•
Dimensão sócio-política: compreende problemas situados no âmago
das relações entre o Estado (administração do parque) e a sociedade
(freqüentadores e potenciais freqüentadores do parque), envolvendo os direitos
dos cidadãos e sua participação na gestão.
•
Dimensão institucional-administrativa: abrange os problemas de organização e
articulação dos órgãos que compõe o aparato estatal (administração do Parque,
Secretaria de Agricultura e Abastecimento, Secretaria de Meio Ambiente,
Secretaria de Turismo, entre outros), como as dificuldades de planejamento,
direção e controle das ações estatais e a questão da profissionalização dos
servidores públicos para o desempenho das suas funções.
•
Dimensão econômico-financeira: relaciona-se com os problemas do
âmbito das finanças publicas e investimentos estatais, envolvendo questões de
natureza fiscal, tributária e monetária.
2 Dimensão
sócio-política
2.1 Histórico,
caracterização geral e uso do Parque da Água Branca
O Parque da Água Branca tem área total
de 136.765.41m², sendo: 79.309,66m² de área verde (não pavimentada e não
edificada); 27.110m² de área edificada e 30.345,7m² de área pavimentada (ruas,
alamedas e pátios). Possui resquícios de Mata Atlântica e está localizado na
zona oeste de São Paulo, no bairro de Perdizes.
Foi criado em 02 de junho de 1929 pelo
então Secretário de Agricultura do Estado de São Paulo, Dr. Fernando Costa.
Chamava-se Pavilhão de Exposição de Animais, passando posteriormente a
chamar-se Parque Dr. Fernando Costa, popularmente conhecido atualmente como
Parque da Água Branca. Sua principal função era ser uma área de exposições e
provas zootécnicas para atender as necessidades de criação de um Recinto de
Exposições e um local para ser sede do antigo departamento da Secretaria da
Agricultura do Estado por parte dos criadores e fazendeiros da época.
Até meados dos anos 80, o Parque era
muito visitado como área de exposição de animais ou complementarmente para
passeios noturnos. Porém, com o tempo foi perdendo sua principal função e, em
1979, as exposições de gado foram transferidas definitivamente para o centro de
Exposições da Água Funda, “por motivos de modernização da área de exposições e
necessidade de espaços mais amplos para a circulação dos visitantes” (GOVERNO
do Estado de São Paulo, 2005).
Em 1996, o Conselho de Defesa do
Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado - CONDEPHAAT,
através da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, tomba o parque como
“bem cultural, histórico, arquitetônico, turístico, tecnológico e
paisagístico”. (Resolução SC-25, de 11/06/96). O Parque continua sob a
responsabilidade da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, o que o difere
dos demais parques urbanos da cidade de São Paulo, em termos de posicionamento
no organograma do Estado.
Atualmente
o parque vem passando por uma nova transformação, buscando atender às
necessidades do público que o visita e o freqüenta enquanto espaço de lazer.
Para isto foi elaborado e aprovado o decreto nº 52.100, de 28 de agosto de
2007, delegando ao Secretário de Agricultura e Abastecimento competência para
“estabelecer as condições de uso das dependências e instalações, inclusive de
pessoas físicas que comercializem coisas, em ponto fixo, munidas de
equipamentos".
Tornou-se
um centro de atividades culturais, espaço para caminhadas e passeios
familiares, embora não existam normas operacionais que regulamentem o uso do
espaço neste sentido capazes de garantir o lazer de forma ordenada para a
comunidade. Por isso, há divergências entre o que a comunidade pensa ser função
do parque e aquilo que ele realmente é. De acordo com o Sr. Júlio César
Siqueira, Diretor de Eventos, na verdade o Parque da Água Branca ainda não está
totalmente adequado dentro da função de um parque como normalmente a comunidade
o intitularia. Ele poderia ser enxergado ainda como um Centro de Exposições,
uma área voltada para a questão agropecuária, embora o regimento interno tenho
sido aprovado em 2008 (ele esteve em elaboração e aprovação entre 2005 e 2008),
possibilitando normatizar melhor as atividades praticadas no parque.
O tombamento pelo CONDEPHAAT, assegura
que o mesmo não possa ser modificado em termos físicos. Assim, por exemplo, conforme
a diretoria do parque, a comunidade pode esperar que na área possam circular
bicicletas ou haver um campo de futebol, atividades inviáveis uma vez que a
estrutura do parque não pode ser modificada e atualmente, não apresenta
condições para tais atividades de forma segura e adequada à todos os
visitantes. O regimento interno irá proporcionar um melhor delineamento da
função do parque através de certas atitudes como a colocação de placas
informativas à respeito das formas de uso de áreas específicas, o porque da
proibição da entrada de animais, práticas de jogar bola e andar de bicicleta,
entre outros.
Pode-se definir o público que utiliza o
parque como a comunidade em geral que busca o lazer, seja para o divertimento,
descanso ou desenvolvimento, focalizando suas necessidades de acordo com as
limitações do parque. Atualmente há uma segmentação entre o público de terceira
idade atendido pelo Fundo da Solidariedade; escolas para o desenvolvimento de
atividades de educação ambiental e; a comunidade
§
eventos agropecuários, exposições e provas zootécnicas de
pequeno e médio porte e atividades de lazer, arte e cultura;
§
receber, coletar, cadastrar, e manter o acervo de
documentos e peças de valor histórico, referentes a atuação da Secretaria de
Agricultura e Abastecimento;
§
pesquisar e promover a divulgação da história e evolução
da agricultura paulista;
§
campanhas contra o abandono de animais;
§
equoterapia;
§
cursos diversos relacionados à zootecnia e cultura;
§
educação ambiental.
2.2
Relações institucionais
Há 46 entidades instaladas na área do
parque que possuem ligação indireta com a gestão do parque, uma vez que
trabalhos conjuntos são desenvolvidos. O Parque sede espaço para as entidades
dentro de sua área e as mesmas contribuem com pesquisas de aprimoramento de
raças para a Secretaria de Agricultura e Abastecimento, além de manterem museus
e servirem como base de dados para quaisquer interessados em informações de
zootecnia. O parque sede seus espaços para a realização de atividades diversas
com outras secretarias, principalmente em função de sua capacidade técnica
estar ligada aos conhecimentos de zootecnia. A seguir, é apresentada a lista
das entidades presentes.
Tabela 1. Relação de Associações do Parque
da Água Branca
Nº |
EQUINOS |
01 |
Associação
brasileira de criadores de cavalos Appaloosa |
02 |
Associação
brasileira de criadores de cavalo Árabe |
03 |
Associação
brasileira dos cavaleiros de hipismo rural |
04 |
Associação
brasileira de criadores de cavalos da raça Mangalarga |
05 |
Associação
brasileira de criadores de cavalos Quarto de Milha |
06 |
Associação
brasileira de criadores de cavalos de puro sangue Lusitano |
07 |
Associação
brasileira de criadores de cavalos de hipismo |
Nº |
BOVINOS |
08 |
Associação
dos criadores de gado Jersey do Brasil |
09 |
Associação
brasileira de criadores de gado Pardo-suíço |
10 |
Associação
brasileira de Santa Gertrudis |
11 |
Associação
brasileira de criadores de búfalos |
12 |
Associação
brasileira de criadores de Chianina |
13 |
Associação
brasileira de criadores de Marchigiana |
14 |
Associação
brasileira de bovinos Pitangueiras |
15 |
Associação
brasileira de criadores de Canchim |
16 |
Associação
nacional dos produtores e processadores de carne e couro de qualidade |
17 |
Centro
paulista das raças Simental e Simbrasil |
18 |
Associação
paulista de criadores de gado Pardo-suíço |
Nº |
PEQUENOS E MÉDIOS ANIMAIS |
19 |
Capripaulo
– Associação paulista dos criadores de caprinos |
20 |
Associação
paulista de apicultores criadores de abelhas melíferas |
21 |
Associação
brasileira dos criadores de Chinchila Lanígera |
22 |
Associação
brasileira de criadores de organismos aquáticos – ABRACOA |
23 |
Federação
ornitológica do Brasil – FOB |
24 |
Associação
brasileira dos criadores de aves |
Nº |
DIVERSOS |
25 |
Sindicato
dos médicos veterinários do Estado de São Paulo |
26 |
Associação
de agricultura orgânica – AAO |
27 |
União
dos escoteiros do Brasil – grupo Tiradentes 107 |
28 |
Sindicato
do comércio varejista de flores e plantas |
29 |
Departamento
intersindical de estatísticas e estudos sócio-econômicos – DIEESE |
30 |
Sindicato
nacional dos leiloeiros rurais |
31 |
Associação
nacional de paisagismo |
32 |
FUNDEPEC
– Fundo de Desenvolvimento da pecuária do Estado de São Paulo |
33 |
Associação
dos servidores do instituo de pesca – ASSOSIP |
34 |
Associação
de ambientalistas e amigos do Parque da Água Branca – ASSAMAPAB |
35 |
Instituição
beneficente nosso cantinho |
36 |
Abaçaí
balé folclórico da cidade de São Paulo |
37 |
Desenvolvimento
e pesquisa em equoterapia |
38 |
Espaço
de convivência |
39 |
Espaço
de industrialização de carnes |
Nº |
ÓRGÃOS PÚBLICOS ESTADUIAS
SEDIADOS NO PARQUE |
40 |
Diretoria
do recinto de exposições do parque Dr. Fernando Costa |
41 |
Fundo
social de solidariedade do Estado de São Paulo – FUSSEP |
42 |
Instituo
de pesca |
43 |
Museu
geológico Valdemar Lefe´vre |
44 |
Casa da
agricultura – CATI |
45 |
Escritório
de desenvolvimento rural São Paulo – EDR-SP |
46 |
Escritório
de defesa agropecuária – EDA-SP |
Fonte: Governo do Estado de São Paulo ( 2008)
Há três Termos de Cooperação entre a
Secretaria de Agricultura e Abastecimento e outras Secretarias:
§
O termo de Cooperação entre a Secretaria de Agricultura e
Abastecimento através do Parque Dr. Fernando Costa, com a Secretaria de Governo
do Estado de São Paulo, através do Fundo Social de Solidariedade e a Estação
Especial da Lapa e com a Secretaria de segurança Pública, através do Regimento
de Cavalarias “9 de Julho” da Polícia Militar do Estado de São Paulo, para o
desenvolvimento do Centro de Estudos e Pesquisas em Equoterapia do Parque da
Água Branca;
§
Termo de Cooperação entre a Secretaria de Agricultura e
Abastecimento através do Parque Dr. Fernando Costa, com a Secretaria do Meio
Ambiente através do CEAM – Coordenadoria de Educação Ambiental objetivando
trabalhos de educação ambiental relativo às questões urbanas e do
desenvolvimento rural sustentável.
Foi aprovada
a implantação do Conselho Consultivo em 2007, o qual estava em trâmite deste
2005 e atualmente (2008) vem sendo organizado para ter início. O objetivo é que
diversas instituições sejam efetivamente organizadas e auxiliem na gestão do
parque, em função da multidisciplinaridade que apresenta.
Em 2007 foi
iniciado o Projeto Verde é Vida, que tem como objetivo revitalizar os parques
urbanos da cidade de São Paulo. Ele é gerenciado pelo Fundo de Solidariedade e
Desenvolvimento Social e Cultural – Fussesp, e fazem parte do acordo as
Secretarias Estaduais do Meio Ambiente, da Agricultura e Abastecimento, da
Cultura, e de Saneamento e Energia, além das Secretarias Municipais de Coordenação
das Subprefeituras e do Verde e Meio Ambiente.
O primeiro
parque a ser revitalizado será o da Água Branca. Os usuários foram ouvidos, os
quais deram uma série de sugestões. Numa primeira etapa, serão recuperados o
tanque das carpas, a tubulação de esgoto, sistemas de águas pluviais e água
potável e também as vias de circulação. Outras obras, já em andamento, prevêem
a demolição da caixa d’água com risco de queda, a reforma dos bancos e dos
brinquedos infantis, a implantação de 20 postes de iluminação, elaboração de
projeto paisagístico, contratação de equipe de jardinagem e de engenheiro agrônomo
para cuidar da área verde. Outras ações a serem iniciadas são o restauro do
Bosque das Palmeiras e do Lago Preto, dos prédios em estilo normando, com
vitrais art déco, assinados por artistas de renome, do estacionamento, das
baias, construção de praças de alimentação e recuperação do Relógio do Sol.
3 Dimensão
administrativa-institucional
3.1
Missão e objetivos
Em 2005, no início da pesquisa, o
Parque da Água Branca ainda não apresentava uma estratégia bem delineada uma
vez que havia um conflito de definição quanto à sua função tanto por parte da
gestão quanto por parte dos usuários, o que acaba por diminuir sua
potencialidade enquanto espaço de lazer para a comunidade. Atualmente com as
conquistas obtidas, há maior clareza e instrumentos orientadores para que seja
feito um planejamento com maior detalhamento. O projeto de recuperação do
parque, em conjunto com o regimento interno e o conselho consultivo, serão
facilitadores deste processo por organizarem os recursos humanos e físicos para
atender os objetivos e missão do Parque. Conforme observado, o objetivo
atualmente será o de proporcionar maior qualidade nas diversas atividades de
lazer que o parque pode proporcionar, seja relacionada ao descando, ao
divertimento ou ao desenvolvimento dos indivíduos que o frequentam.
3.2 Organograma e recursos humanos
Os funcionários do Parque são da
Secretaria de Agricultura e Abastecimento e totalizam 9 pessoas em cargos
concursados e 2 em cargos comissionados (diretores técnicos). Há três
diretores, um geral e dois de divisão. Um dos diretores de divisão é
responsável pela parte operacional (responsável pelas reformas, obras,
jardinagem, entre outros) e o outro pela parte de eventos (responsável pela
organização de atividades e eventos). Há ainda uma pedagoga, uma recepcionista,
uma pessoa do administrativo, uma pessoa do almoxarifado, três pessoas na
manutenção e um porteiro. O trabalho ocorre diariamente e os funcionários
dividem-se em plantões durante os finais de semana e feriados. Os funcionários
participam de programas de capacitação e quando têm a necessidade, podem
solicitar cursos específicos de aprimoramento profissional. A presença de
funcionários com boa qualificação resulta em um grande esforço por parte da
administração sobre a efetivação dos conceitos de lazer de maneira ampla no
parque.
Há uma
certa dificuldade em operacionalizar ações no parque em função do pouco número
de recursos humanos disponível. Como exemplo, torna-se difícil realizar
pesquisas de demanda internamente com os funcionários atuais pois os mesmos
ficariam sobrecarregados. Por outro lado, o parque procura otimizar as
parcerias a fim de suprir estas necessidades.
3.3
Planejamento de ações
Anualmente é realizado o planejamento
de ações do parque, no que diz respeito aos eventos, bem como um planejamento
organizacional, com metas e objetivos anuais. Com a instituição do Conselho
Consultivo tal planejamento será aprimorado ao longo dos anos, prevendo mais
ações, de forma melhor estruturada e com maior participação dos atores sociais,
embora a consulta a comunidade ainda pareça não ser contemplada em sua
totalidade.
3.4 Estrutura física e sistemas
A
administração possui sede própria dentro do parque e dispõe de terminais de
computador para os funcionários. Sua estrutura é aconchegante e adequada aos
trabalhos diários. Possui rede intranet ligada ao sistema do Governo do Estado
e site próprio: http://www.parqueaguabranca.sp.gov.br.
Através do site a administração do parque consegue responder à uma série de
perguntas que os usuários fazem diariamente, pelo serviço de “Fale conosco”.
Não há um banco de dados sistematizado sobre o parque. Embora existam
informações específicas no website, falta a organização histórica de artigos,
jornais, trabalhos acadêmicos, catalogação fotográfica e publicações
específicas.
4 Dimensão econômico-financeira
Por seu papel na estrutura
governamental, o parque não possui receitas próprias, apenas transferências de
créditos provenientes do orçamento da Secretaria da Agricultura e
Abastecimento. Em 2004, bem como 2005 seu orçamento – de cerca de R$240.000,00
anuais – esteve concentrado nas despesas de três principais contratos: empresa
de segurança, empresa de jardinagem e empresa de limpeza, além de gastos com
água e luz e ações específicas de revitalização do Parque uma vez que é tombado
e deve buscar apresentar suas características originais. Em 2007 este valor foi
de cerca de R$ anuais, com as mesmas concentrações de despesas.
Em 2008 entrou em vigor a cobrança de
taxas das entidades e associações instaladas na área do parque, como uma forma
de pagamento de aluguel pelas salas, que será revertido ao pagamento de
despesas e investimentos. Destaca-se também o Projeto Verde é Vida o qual
investirá no parque nos próximos dois anos, com obras de restauro e adequação
de uso.
Conclusão
Esse bosque tão amigo, pedaço de São
Paulo antigo
Na saída pro interior, é um pouco
de poesia
Na luta do dia-a-dia, em busca de
paz e calor
Em meio a tanta beleza, as cores
da natureza
E o canto livre dos pardais, jovens
casais namorados
Arriscam carinhos ousados, à
sombra dos pinheirais
No parque da Água Branca, a
esperança que a gente traz
Na flor que não se arranca, na
árvore mansa deixada em paz...
DUMAZEDIER, Joffre. Sociologia
empírica do lazer. São Paulo: Perspectiva, 1980.
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO. Histórico
do Parque da Água Branca. Disponível em <http://www.parqueaguabranca.sp.gov.br>.
Acesso em 14 de jun. de 2005 e 20 de abril de 2008.
GRINOVER, Lúcio. Hospitalidade: um
tema a ser estudado e pesquisado. In DIAS, Célia Maria de Moraes. Hospitalidade: reflexões e perspectivas.
São Paulo, Manole, 2002.
MORIN,
Edgar; KERN, Anne B. Terra-Pátria. Porto Alegre: Editora Sulina,1995.
PAULA, Ana Paula Paes de. Por uma nova gestão pública. Rio de Janeiro:
Fundação FGV, 2005.
BUENO, Marileys Siqueira. Projeto Parque da água Branca. São
Paulo, mimeografado, 2005.
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Bibliografia
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Siqueira (orgs). Hospitalidade:
cenários e oportunidades. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003.
GODBOUT, Jacques T. O espírito da dádiva. Rio de Janeiro:
FGV, 1999
PRODETUR SUL. GOVERNO DO ESTADO DO
MATO GROSSO DO SUL. FUNDTUR. Fortalecimento
institucional para a gestão do turismo no Estado do Mato Grosso do Sul.
Campo Grande: elaborado por Ruschmann Consultores de Turismo, 2006
ENTREVISTADO:
ENTREVISTADOR:
DATA:
LOCAL:
OBJETIVO: Obter e complementar informações
qualitativas e quantitativas sobre habilidades institucionais do Parque da Água
Branca. Avaliar situação das ações institucionais desenvolvidas e sua relação
com o recebimento/atendimento de visitantes.
1) Organização
a) Qual a impressão geral da
estrutura administrativa atual?
b) Qual o orçamento do Parque para
2005? 2004? Quais as fontes de receitas e suas participações? Quais os
principais itens de despesas?
c) Quantos funcionários? Cargos
técnicos são comissionados ou concursados?
d) Tem plano de Cargos e Salários –
PCC dos funcionários em geral? Última atualização? Sistema de recursos humanos?
e) Possui regimento interno e manuais
de procedimentos? Última atualização?
f) Que instrumentos de informática
dispõe? Rede interna? Banco de dados, site na internet? Serviços “on line” de
atendimento ao usuário?
g) Qual o papel das Associações e
demais entidades presentes no parque e sua relação com o Parque?
h) Como é o relacionamento com a
Secretaria de Agricultura e Abastecimento?
i)
Quem
estabelece projetos e ações a serem executadas?
2) Ações de Desenvolvimento Institucional
a) Qual o impacto das ações de DI (se
existirem) no Parque?
a.1) Informatização
(sistemas informatizados e computadores/servidor/rede)?
a.2) Capacitação dos
servidores (que cursos)?
a.4) Implantação de
Centros de Promoção Turística Ambiental?
a.5) Educação
ambiental?
a.6) Recuperação de
áreas ambientalmente sensíveis?
b) Que ações de DI precisam ser
desenvolvidas?
3) Alguma outra informação que gostaria de dar relativa à
capacidade institucional? Alguma idéia para melhorar a gestão?
Obrigada
pela atenção e oportunidade
Recebido
em setembro/2008
Aprovado em outubro/2008